O glaciar Perito Moreno é uma das joias naturais da Argentina. Seus 250 quilômetros quadrados de gelo branco e azul cristalino atraíram mais de 700.000 pessoas até o Parque Nacional Los Glaciares, no extremo sul do continente sul-americano. Os visitantes podem contemplar de perto a imponente parede de gelo de 60 metros de altura. Além disso, é possível contratar uma excursão para ver o glaciar mais famoso da Argentina desde a água e até mesmo caminhar sobre ele. A ameaça causada por uma mancha de mais de 15 quilômetros nas águas do lago que banha o glaciar tem preocupado moradores locais, guias turísticos e autoridades.

O lago Argentino é o maior da Patagônia argentina e suas águas são puras e profundas. A primeira sinal de alerta foi dada por um guarda-parques em 11 de abril, indicando a presença de algum tipo de resíduo na água. Uma mancha de hydrocarbônios foi avistada, possivelmente proveniente de vazamentos causados por embarcações que cruzam o lago.

Apesar do risco de contaminação, as autoridades demoraram uma semana para reagir. A inspeção visual só foi realizada em 19 de abril e foi incompleta devido às condições meteorológicas adversas. Dez dias depois, em 22 de abril, uma nova sinal de alerta foi acionada: guardas-parques viram hollín saindo do motor de uma embarcação, levando à intervenção da Prefeitura Naval e à apresentação de uma denúncia penal por crime ambiental.

A empresa responsável, Hielo y Aventura, não respondeu as tentativas de contato para esclarecer a situação. Autoridades acreditam que o dano ambiental foi menor, mas reconhecem a importância do evento devido ao status do Perito Moreno como Patrimônio Mundial da Unesco.

A empresa Hielo y Aventura é alvo de críticas por possíveis vazamentos de resíduos em suas embarcações no lago Argentino, colocando em risco um ecossistema tão delicado como o do glaciar Perito Moreno. Os resultados dos testes na água serão decisivos para esclarecer a origem da contaminação e as medidas a serem tomadas para reparar qualquer dano ambiental causado.