O conflito entre Espanha e Argentina é repleto de acusações mútuas. O Governo espanhol rejeita veementemente as alegações infundadas feitas pelo Presidente da República Argentina, pois estas não condizem com as relações entre dois países e povos irmãos. Esta resposta do Executivo de Pedro Sánchez surge após uma nota da presidência argentina, que acusa o líder socialista de colocar em risco a unidade de Espanha, pôr em perigo a segurança das mulheres espanholas ao permitir a imigração ilegal e implementar políticas que resultam em pobreza e morte. As declarações do governo argentino foram uma resposta a afirmações do ministro dos Transportes espanhol, Óscar Puente, que mencionou durante uma palestra com estudantes a possibilidade de o dirigente ultradireitista sul-americano ter feito uso de substâncias durante sua campanha. O Ministério das Relações Exteriores de Espanha, em sua resposta a Milei, assegura que o governo e o povo espanhol continuarão mantendo e fortalecendo seus laços fraternais, amizade e colaboração com o povo argentino, uma vontade compartilhada por toda a sociedade espanhola. O tom conciliador da mensagem espanhola contrasta com o comunicado argentino, o qual destaca que o chefe do Executivo espanhol tem problemas mais prementes a resolver, como as acusações de corrupção contra sua esposa, Begoña Gómez. O presidente do PP, Alberto Núñez Feijóo, pediu a renúncia ou destituição de Puente, enfatizando que o episódio criou uma crise política com um país irmão como a República Argentina. Por outro lado, a vice-presidente do governo e líder da Sumar, Yolanda Díaz, acusou o PP de se posicionar ao lado do presidente argentino e não de Espanha. No lado argentino, o ministro do Interior, Guillermo Francos, solicitou a demissão de Puente por suas declarações consideradas indignantes. O comunicado oficial da presidência argentina se inicia atacando diretamente as palavras do ministro dos Transportes espanhol, ressaltando os problemas enfrentados por Sánchez e criticando suas políticas. A controversa com Milei surge duas semanas antes de sua primeira viagem à Espanha como presidente da Argentina, onde pretende apoiar um evento organizado pelo Vox. No decorrer de sua gestão, Milei já acumulou diversas polêmicas diplomáticas, envolvendo líderes de vários países, como Brasil, México e Colômbia. No meio desse embate, o México se destacou por receber insultos do presidente argentino e pelo apoio da oposição, num momento em que o país enfrenta um processo eleitoral.