Liliana Ancalao, poetisa da comunidade mapuche-tehuelche, expressa sua indignação, impotência e tristeza ao relembrar as atrocidades cometidas contra seu povo, os campos de concentração onde seus parentes estiveram, o despojo e os arreios humanos por centenas de quilômetros. Sua voz foi ouvida na Feria Internacional del Libro de Buenos Aires, que pela primeira vez deu espaço institucional aos autores indígenas.
A literatura de Ancalao narra o sofrimento do povo mapuche e reivindica sua cultura marcada pela história, escrita inicialmente em espanhol e depois autotraduzida para o mapuzungun. Ela escreve com nostalgia e tristeza pela língua perdida, misturando ternura e dor em suas palavras.
O ciclo “La palabra indígena. Diálogo con escritoras y escritores originarios” na Feria del Libro permitiu que autores de diferentes povos originários compartilhassem suas experiências e obras. A iniciativa busca ser o início de um caminho longo para a literatura originária nos espaços literários argentinos.