Os meios de comunicação públicos são considerados como “um mecanismo de propaganda” e deveriam “estar nas mãos do setor privado”. Neste sentido, o governo argentino suspendeu a transmissão de conteúdos em todos os sites e redes sociais das empresas estatais de comunicação. Essa decisão causou rejeição por parte de sindicatos e organizações de direitos humanos, e se soma a outras medidas que visam ao desmantelamento dos meios de comunicação públicos, onde trabalham cerca de 3.500 funcionários em todo o país. Desde março, a maior agência estatal de notícias da América Latina, Télam, está paralisada.

A Televisão Pública, assim como as rádios nacionais e os canais educativos e culturais, exibem a mensagem “Site em reconstrução” em suas páginas, após a decisão do governo de interromper as transmissões.

Segundo comunicado oficial, os meios públicos estão passando por um processo de reorganização para melhorar a produção, realização e divulgação dos conteúdos gerados. Por isso, a decisão foi pausar temporariamente os conteúdos das redes sociais e dos sites da Televisão Pública, Radio Nacional, entre outros.

Diversos sindicatos e organizações de direitos humanos se manifestaram contra essa medida, que consideram como parte de uma política de destruição dos meios públicos e um ataque ao jornalismo crítico. Além disso, alertam que a clausura de sites e redes de comunicação pública é um novo passo contra o direito à comunicação.

O presidente argentino tem como objetivo privatizar os meios públicos como parte de seu plano de ajuste fiscal e redução do Estado. A privatização das empresas de mídia está sendo discutida no Senado como parte da chamada lei bases, que já foi aprovada pela Câmara de Deputados.