Para o rapper Mateo Palacios, mais conhecido como Trueno, improvisar em uma batalha de rap é como ser um gladiador. Ele comenta que não sabe se vai morrer ou sair vivo. Até agora, parece ter saído mais vivo do que nunca: com 22 anos, tornou-se o artista mais jovem da história a ganhar o Gardel de Oro, um dos prêmios musicais mais prestigiados na Argentina. Nascido no bairro de La Boca, em Buenos Aires, ele lembra que aprendeu a improvisar antes mesmo de falar, graças ao seu pai, também rapper, Pedro Palacios, ou MC Peligro, um dos principais representantes do rap transandino.
Seus três álbuns não podem ser compreendidos sem referências aos seus compositores favoritos, como Eminem, Drake, 2Pac ou The Notorious B.I.G, pois Trueno sempre teve modelos a seguir, como quando quis ser jogador de futebol e sonhava em se tornar um 10 lendário do Boca Juniors, como Riquelme, “como todos os garotos do meu bairro”. Apesar de ser um nativo digital, ele detesta o celular: “É um mal necessário, eu odeio. Enquanto eu crio histórias, as pessoas criam stories”, compara. Mas por que esse jovem de vinte e poucos anos defende ouvir música em vinil e valorizar mais o hip-hop? O que ele pensa sobre a música eletrônica e o reggaeton?