Milei demite seu chefe de ministros por “diferenças de critérios” após menos de seis meses de governo.

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Javier Milei embarcou com um pé no avião que o levará pela quarta vez aos Estados Unidos em apenas cinco meses e meio como presidente. Nesta segunda-feira, Milei demitiu seu chefe de Gabinete de ministros, Nicolás Posse. A medida foi confirmada oficialmente pelo Governo argentino já tarde da noite, após dias de especulações sobre a saída do funcionário, que estava distanciado do presidente ultradireitista e de sua irmã, Karina Milei. O cargo de ministro coordenador ficará sob responsabilidade de Guillermo Francos, até então titular do Ministério do Interior, que será rebaixado a Secretaria.

“O presidente Javier Milei aceitou a renúncia apresentada por Nicolás Posse ao cargo de Chefe de Gabinete de Ministros. Esta decisão foi motivada pela diferença de critérios e expectativas na gestão do governo e nas tarefas atribuídas”, informou a Casa Rosada em comunicado. Afirmou ainda que Francos assumirá o cargo de Posse com o objetivo de conferir maior peso político à Chefia de Gabinete. Nesse contexto, a Chefia de Gabinete absorverá as competências do Ministério do Interior, transformando-o em Secretaria de Interior, sob responsabilidade do Dr. Lisandro Catalán.

A saída de Posse se une à longa lista de funcionários demitidos ou que renunciaram em um governo que completará seis meses de gestão apenas em 10 de junho. Entre essas saídas, Posse é o segundo ministro a deixar o gabinete, após a saída em janeiro de Guillermo Ferraro, então no Ministério da Infraestrutura. Essa demissão é a de maior importância devido à proximidade inicial que mantinha com Milei, que costumava chamá-lo de amigo. Tendo se conhecido trabalhando juntos no setor privado.

A insatisfação entre o presidente e seu ministro coordenador teve seu primeiro sinal há dois meses, quando Milei assinou uma resolução que aumentava os salários dos funcionários do governo, incluindo o dele, apesar de sua pregação em cortar gastos públicos e enfatizar que “não há dinheiro”. A responsabilidade foi atribuída à Chefia de Gabinete, e, diante da crítica social em um contexto de queda brusca nos salários e nas aposentadorias, Milei se viu obrigado a admitir que assinou algo que desconhecia e a reverter o aumento.

Nas últimas duas semanas, o entorno do presidente e de sua irmã, secretaria geral da presidência, questionava Posse por atrasos na tomada de decisões e por falta de comprometimento com as iniciativas de Milei. Além disso, o criticavam pela gestão da Agência Federal de Inteligência (AFI), insinuando até que a própria Casa Rosada era espionada de lá. Embora ninguém tenha admitido publicamente, a suspeita foi instalada ao lado da demissão de Posse, também houve uma mudança na direção da AFI.

Os movimentos no Gabinete de Milei continuarão nas próximas horas. Já foi anunciado que o economista Federico Sturzenegger, idealizador de grande parte das reformas propostas pelo governo, assumirá um novo ministério de modernização do Estado.

Alex Barsa

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