A atriz e diretora argentina Lola Arias acaba de ganhar o Prêmio Ibsen, o reconhecimento teatral mais prestigioso do mundo. Em uma entrevista, ela explica por que o teatro documental gera uma nova forma de relação entre o ator e o espectador, e como está conduzindo o projeto mais desafiador de sua carreira: uma peça com mulheres e jovens trans que estiveram detidos em várias prisões da Argentina. Além disso, ela comenta sobre o medo do governo argentino em relação aos artistas.

Em janeiro deste ano, Arias recebeu a notícia do Prêmio Ibsen em um bar de Berlim, ficando surpresa e emocionada. Ela destaca a importância de ter recebido esse prêmio em um momento tão crítico de sua carreira e do país. O júri reconheceu o trabalho de Arias no teatro documental, destacando a dimensão ética de sua produção e seu foco em dar voz ao que muitas vezes é ignorado e marginalizado.

Ela fala sobre seu projeto atual, “Os dias lá fora”, que envolve um filme e uma obra teatral protagonizados por mulheres e jovens trans que estiveram presos. O processo de criação envolveu conversas e entrevistas com os protagonistas, buscando retratar suas experiências com sensibilidade e autenticidade.

Arias também comenta sobre a relação empática e solidária entre os performers e o público no teatro documental, destacando a importância e o impacto dessa abordagem na arte e na sociedade. Ela ressalta o desafio e a responsabilidade de lidar com histórias reais e ajudar as pessoas a reconstruir suas vidas através da arte.

Por fim, Arias compartilha sua visão sobre a cultura e a arte como agentes de transformação e resistência em um contexto político adverso. Ela ressalta o papel dos artistas e da cultura na promoção da conscientização social e na construção de identidade. Além disso, fala sobre os próximos passos do projeto “Os dias lá fora” e sua estreia em diversos países da Europa.