O primeiro avião supersônico de combate ‘made in Brasil’ ganha vida

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O processo de montagem de um caça supersônico envolve uma combinação curiosa de tecnologia de ponta com a atenção meticulosa e paciência de um artesão tradicional. A tarefa requer muita paciência e mil verificações antes e depois de apertar cada parafuso com delicadeza. O primeiro avião de combate do Brasil, um F-39 Gripen fabricado pela sueca Saab em colaboração com a empresa aeronáutica brasileira Embraer, já tem a aparência de uma aeronave. Embora ainda precise de alguns meses neste hangar na cidade de Gavião Peixoto, a 300 quilômetros de São Paulo. Celulares, computadores e relógios inteligentes são proibidos no local, onde segredos militares são preparados.

A indústria de defesa nacional atingiu um marco na semana passada, quando começou a fase final da montagem do avião de combate brasileiro. Agora, começa o processo de instalação do sistema nervoso, dos 35 quilômetros de cabos, dos 300 quilômetros de tubos, do cérebro eletrônico, do motor… Em seguida, virão o trem de pouso, a pintura camuflada, os testes finais e, finalmente, o carregamento de mísseis sob as asas e na barriga.

O voo inaugural está previsto para 2025, de acordo com o sueco Häns Sjöblom, gerente geral da fábrica de Gavião Peixoto. A empresa planejou essa linha de produção com a perspectiva de conquistar novos clientes na América Latina, incluindo a Força Aérea Brasileira. A FAB está considerando adquirir um segundo lote de Gripen e a Suécia, por sua vez, gostaria que o Brasil adquirisse alguns KC-390, avião de carga militar exportado pela Embraer.

No momento, os executivos da Saab no Brasil e da Embraer estão de olho na Colômbia, onde o governo considera substituir suas aeronaves Kfir israelenses. Saab apresentou uma oferta a Bogotá, mas não entrou em detalhes devido à sensibilidade do assunto. Adaptar a aeronave ao clima tropical é um dos desafios, garantindo seu funcionamento impecável mesmo com temperaturas e umidade altas. Recentemente, o F-39 realizou testes reais na Amazônia e possui 800 sensores extras para realizar medições.

A colaboração entre Saab e Embraer coloca o Brasil como um dos países que fabricam caças supersônicos e ambas as empresas esperam receber novos pedidos para exportar caças fabricados no Brasil. A parceria resultou em um avião de alta performance, com custo competitivo, atendendo aos requisitos do cliente. A aquisição de um lote de caças representa um investimento considerável que leva tempo para se concretizar. No caso do Brasil, cerca de uma década. Dilma Rousseff, ao finalizar a compra dos Gripen em 2013, enfatizou a importância da defesa nacional, com a transferência de tecnologia como um critério chave para adquirir os caças.

Oficialmente, os critérios para a escolha dos Gripen foram o desempenho da aeronave, o custo e a transferência de tecnologia. Graças a essa colaboração, o Brasil está próximo de se tornar um dos países fabricantes de caças supersônicos. A empresa sueca está acelerando a produção para atender à demanda derivada da guerra na Ucrânia, com a recente adesão da Suécia à OTAN impulsionando ainda mais o negócio. A situação de conflitos em outras regiões do mundo também promete impulsionar a indústria mundial de defesa.

Alex Barsa

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