Onde está Loan? O desaparecimento de uma criança de cinco anos mantém a Argentina em suspense

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A criança de cinco anos, Loan Danilo Peña, está desaparecida há dez dias na região norte da Argentina. Mesmo com a divulgação de sua imagem por televisões, jornais e redes sociais, até agora não houve nenhuma pista concreta sobre seu paradeiro. Enquanto centenas de socorristas, bombeiros e policiais buscam sem sucesso pelo garoto, a justiça deteve seis pessoas e suspeita que Loan possa ter sido sequestrado por uma rede de tráfico de pessoas.

“Quero que meu filho volte”, suplicou a mãe de Loan, María Nogueira, durante a marcha realizada no sábado em 9 de julho, um pequeno povoado de 2.500 habitantes na província argentina de Corrientes. “Roubaram ele de mim, o levaram”, denunciou o pai, José Peña, cercado por dezenas de vizinhos e amigos da família. Eles não confiam em ninguém, especialmente no comissário municipal, Walter Maciel, suspeito de encobrir o suposto rapto do menino.

Loan foi visto pela última vez em 13 de junho. Naquele dia, almoçou com seu pai e outras doze pessoas na casa da avó paterna, localizada em uma área rural. Após o almoço, três adultos presentes relataram que haviam ido ao pomar em busca de laranjas acompanhados por cinco crianças. Loan estava com eles, mas nunca retornou.

A primeira hipótese foi que ele se perdeu. Policiais, familiares e voluntários participaram de buscas exaustivas naquela região selvagem, porém sem sucesso. Dez dias depois, essa teoria perdeu força. Nem seu tio, Bernardino Benítez, nem o casal de amigos Daniel Martínez e Mónica del Carmen Millepi, os três detidos, conseguiram explicar à justiça quando perderam de vista Loan e por que isso aconteceu.

Segundo fontes judiciais citadas pela imprensa local, os investigadores acreditam que o menino não participou daquela expedição. O rastro dos cães usados na busca indicou que ele sequer se afastou cem metros da casa da avó. Por isso, a suspeita é que enquanto procuravam por ele, Loan já havia sido levado dali.

Os detidos mais comprometidos são o ex-capitão da Armada Carlos Pérez e sua esposa, a funcionária municipal Victoria Villalba. Amigos da avó de Loan, Pérez e Villalba participaram do almoço em 13 de junho, porém saíram mais cedo, pois Pérez queria assistir a um jogo de futebol, conforme relatou sua esposa. Os cães da polícia detectaram vestígios da roupa de Loan em um dos veículos do casal, usado no dia seguinte para ir à capital provincial, Corrientes, para uma consulta médica de Villalba. Segundo a polícia, com esse mesmo carro eles cruzaram posteriormente para a província vizinha de Chaco.

O local onde Loan desapareceu fica próximo a estradas que conectam a Argentina às fronteiras do Brasil e Paraguai. A principal hipótese em andamento é que Loan foi sequestrado, e os especialistas tentam reconstituir o itinerário para encontrá-lo. Uma das áreas sob análise é a casa de campo de Pérez e Villalba, localizada a dois quilômetros da cidade de 9 de julho. A polícia está tentando descobrir se Loan esteve lá na noite de 13 de junho.

O comissário Maciel também está sob suspeita, pois estava encarregado da busca nos primeiros dias e autorizou a saída de Pérez e Villalba da cidade após o desaparecimento de Loan para irem ao médico. A família denuncia que Maciel desencorajou a mobilização popular. “O comissário me disse para não fazer a marcha. Não devemos confiar em ninguém”, declarou a mãe de Loan no sábado à noite. A falta de resultados nas buscas tem mantido a Argentina em suspense.

Alex Barsa

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