As Abuelas de Plaza de Mayo seguem buscando 300 vidas, 300 histórias, 300 identidades ainda desaparecidas. Estima-se que 300 netos são filhos de vítimas da última ditadura militar na Argentina, que continuam sendo procurados. Atualmente, as políticas e instituições públicas que sustentam essa busca estão sob ameaça de clausura ou desfinanciamento pela administração de Javier Milei.
Nesta quinta-feira, diversas organizações políticas, sociais, sindicais e de direitos humanos se juntaram à tradicional ronda das Madres de Plaza de Mayo, em frente à Casa Rosada, para protestar contra as medidas negacionistas do terrorismo de Estado promovidas pelo governo ultradireitista.
A presidente das Abuelas, Estela de Carlotto, de 93 anos, declarou que estão lutando por um país que está sendo desvalorizado e ofendido pela administração atual, destacando a importância de encontrar os netos desaparecidos e a representatividade de 30.000 desaparecidos.
A principal reivindicação das Abuelas é contra um decreto iminente que tiraria da Comissão Nacional pelo Direito à Identidade (Conadi) a capacidade de investigar casos de apropriação de bebês durante a ditadura e de acessar os arquivos de diferentes áreas do Estado.
Até agora, as Abuelas conseguiram recuperar a identidade de 137 netos, mas o desmantelamento de políticas de direitos humanos relacionadas ao terrorismo de Estado já teve impacto nas principais instituições e programas voltados para a justiça e reparação das vítimas.
É fundamental manter viva a memória desses acontecimentos e garantir que a verdade prevaleça, para que os horrores do passado não se repitam. É um compromisso de toda a sociedade em preservar a dignidade e a justiça para com as vítimas e suas famílias.