O presidente da Argentina, Javier Milei, continua a minar as relações com seus vizinhos. Já o fez com o colombiano Gustavo Petro. Agora, intensificou sua briga pessoal com seus pares do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Bolívia, Luis Arce. Aos dois, ele os acusou de várias coisas, gerando tensões na região.

Em seus seis meses de governo, Milei fez sete viagens ao exterior, um recorde para um presidente argentino. No entanto, nenhuma dessas visitas foi relevante para as relações bilaterais. Ele até quebrou a tradição de fazer a primeira visita ao Brasil, país com o qual a Argentina integra o Mercosul, mercado comum que também inclui Paraguai e Uruguai.

Apesar dos atritos entre Milei e Lula, o governo argentino enviou o canceler para Brasília para acalmar as águas diplomáticas. Esta atitude contrasta com a postura do presidente ateando conflitos com seus vizinhos.

A ausência de Milei na cúpula do Mercosul e sua presença em um evento da extrema direita brasileira ilustra sua abordagem heterodoxa das relações exteriores. Enquanto os desentendimentos entre os chefes de Estado de ambos os países aumentam, as relações bilaterais entre Argentina e Brasil parecem estar mais estáveis.

O evento da ultradireita brasileira coincidirá com a segunda volta das legislativas na França, um ponto importante para a extrema direita global. Além disso, a convenção no Brasil terá a presença de autoridades da política do país, incluindo a participação de Milei.

A atitude de Milei de não comparecer à cúpula do Mercosul e se juntar a eventos da extrema direita reflete a sua visão de líderes que enfrentam obstáculos estatais em suas trajetórias de sucesso. Sua postura tem causado tensões diplomáticas e críticas, mas ele parece não se abalar com isso.