A seção América Futura está disponível gratuitamente no EL PAÍS devido à sua contribuição informativa diária e global sobre desenvolvimento sustentável. Quando o irmão mais velho de Facundo, Ariel Quiroga, sofreu um acidente de carro em 2017, a vida da família mudou drasticamente. Facundo, seu parceiro teve que se aposentar e Maribel, a irmã do meio, assim como Facundo, o mais novo, pararam de frequentar a escola para vender tortas na rua e ajudar em casa. A pandemia foi mais um obstáculo, mas a comunidade educativa e um algoritmo de inteligência artificial conseguiram manter Facundo e outros 4.000 alunos na escola em Mendoza.
A pandemia agravou muitas questões já existentes na América Latina, principalmente no setor educacional. Na Argentina, 7,6% dos estudantes do ensino médio abandonaram a escola após a covid-19. Para combater esse problema, a comunidade educativa decidiu usar a inteligência artificial como aliada para identificar alunos em risco de desistência e implementar ações para revertê-lo.
A secretaria de educação, com o apoio do CAF-banco de desenvolvimento da América Latina e do Caribe e engenheiros da Universidade de Buenos Aires, criou um algoritmo para detectar alunos em risco. Com base nesse algoritmo, professores e alunos trabalharam para reverter esses indicadores com atenção individualizada. Essas ações ajudaram a manter mais de 4.000 alunos na escola em Mendoza.
Essa abordagem focada em dados e ações coordenadas ajudou a reduzir a taxa de abandono escolar e mostrar que a inteligência artificial pode ser uma ferramenta poderosa quando utilizada de forma responsável. A comunidade escolar em Mendoza se uniu para garantir que nenhum aluno seja deixado para trás, demonstrando a importância do envolvimento de todos os setores na luta contra a evasão escolar.