Buenos Aires, outono de 1994. Na organização Sionista Argentina (OSA), o diretor Itzik Horn deixa duas cópias do esboço do prédio da Associação Mutual Judaica Argentina (AMIA) onde mudarão seus escritórios. José Pérez, secretário de atas da OSA e também agente de inteligência infiltrado da Polícia Federal, discretamente leva uma das cópias. Na primeira semana de julho, Pérez visita com Itzik o edifício da AMIA no coração de Once, no bairro judeu da cidade, para monitorar a obra dos novos escritórios da OSA e depois viaja para Basabilvaso, uma cidade da província central de Entre Rios. Em 18 de julho, por acaso, vê no canal de notícias Crônica uma manchete de catástrofe: “Voa a AMIA”.
No maior ataque contra uma sede judaica desde o final do Holocausto, morrem 85 pessoas e 300 ficam feridas. Pérez teme pela vida de sua esposa, uma professora de hebraico e ativista comunitária que trabalhara como secretária na embaixada de Israel, pois naquele dia precisava buscar materiais pedagógicos na AMIA, mas a encontra em casa antes de sair. Após percorrer os 300 quilômetros que separam Basabilvaso da capital argentina, Pérez vê corpos desmembrados na necrotério e nos dias seguintes integra-se ao grupo de elite criado para defender a comunidade de um novo ataque no país da América Latina com a maior quantidade de judeus.
Pé…