Na sexta-feira, o líder do partido de extrema direita Vox, Santiago Abascal, marcou presença no Congresso Brasil Profundo, promovido por Eduardo Bolsonaro. A disputa pela hegemonia da direita na Espanha também se desenrola fora das fronteiras do país europeu. O conservador Partido Popular (PP) e o ultradireitista Vox estão em uma luta pelo ponto de referência europeu da ideologia na América Latina, que passa por um intenso processo de polarização política.
Abascal, presidente do Vox, surpreendentemente foi ao Brasil participar do evento em Várzea Grande (MT), organizado pelo Instituto Conservador-Liberal de Eduardo Bolsonaro. A presença de Abascal foi vista como uma tentativa de rivalizar com a viagem do líder do PP, Pablo Casado, pela região. Enquanto Abascal procura alianças com partidos ultraconservadores na Europa, o PP busca fortalecer o bloco de centro-direita, após a saída de Angela Merkel da chancelaria alemã. A política externa de ambos revela diferenças ideológicas, porém, a possibilidade de uma coalizão entre conservadores é considerada, caso obtenham maioria nas próximas eleições.
A presença de Abascal no Brasil foi interpretada como uma estratégia para minar Casado, com declarações acusando o líder do PP de querer formar um Governo com parceiros ideológicos considerados controversos. Enquanto o Vox busca frear o avanço do totalitarismo de esquerda na América Latina, Casado lançou a Aliança pela Liberdade na Iberoamérica, defendendo princípios como democracia e economia de mercado.
Nos países da América Latina, essas tensões refletem a fragmentação da direita, com personagens como Jair Bolsonaro, José Antonio Kast no Chile e Javier Milei na Argentina. Enquanto o PP busca alianças com partidos moderados, o Vox adota uma postura mais identitária e anticomunista, se afastando de avanços na integração europeia. As contradições entre as direitas tradicionais e radicais se tornam cada vez mais difusas, refletindo um cenário político global de polarização e fragmentação.
