Fernando Gago chegou e inicia sua etapa no Boca: todos os temas que deve lidar em 9 dias antes de seu primeiro grande exame

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EscutarBoca acostumou-se a viver em um ritmo frenético. E é nesse carro em pleno movimento que Fernando Gago subirá nesta segunda-feira, que pouco antes das 22h de domingo chegou a Buenos Aires junto com sua parceira Verónica Laffitte, que por meio de sua conta no Instagram deu sinais nos últimos dias de que os caminhos do treinador e do Boca inevitavelmente se uniriam. Entre dezenas de fãs que se aproximaram do aeroporto de Ezeiza para apoiá-lo, Pintita foi sucinto em suas primeiras declarações para a imprensa: “Boa noite, obrigado por estarem aqui. Serei breve e sincero, já que amanhã poderemos conversar tranquilamente na coletiva de imprensa. Agradeço aos torcedores do Boca por todo o carinho que me expressaram nos últimos dias. Estou de volta para casa”. Ainda não começou o trabalho, mas na agenda do novo treinador do Boca já existe uma data marcada com caneta vermelha: quarta-feira, 23 de outubro. Nessa noite, a partir das 21h10 no estádio do Newell’s, o Boca será obrigado a vencer o Gimnasia se quiser avançar para as semifinais da Copa Argentina e ficar a apenas duas vitórias de se tornar campeão e garantir um lugar na Copa Libertadores de 2025, o grande objetivo após assistir a edição deste ano pela televisão depois de ter disputado as últimas seis de forma consecutiva. Embora esse seja o primeiro grande teste para Pintita, a estreia será quatro dias antes. No próximo sábado, 19 de outubro, o Tigre será o primeiro adversário que Gago enfrentará como treinador do Boca. O jogo está programado para as 19h15, em Victoria, pela Liga Profissional. O primeiro passo será então consolidar com uma assinatura tudo o que foi acordado verbalmente. O novo treinador pisará pela primeira vez na segunda-feira no centro de treinamento de Ezeiza e lá assinará um contrato que o ligará ao Boca até dezembro de 2025, com opção de ampliação automática por mais um ano. À tarde, ocorrerá o primeiro encontro com o elenco. Os jogadores, que tiveram domingo de folga após uma semana de trabalho em modo pré-temporada, sob o comando de Mariano Herrón, foram convocados para as 17h. O Boca ainda não anunciou, mas está previsto que ainda nesta segunda-feira, antes ou depois do treino, seja realizada a coletiva de apresentação do novo treinador, na qual certamente estará acompanhado pelo presidente Juan Román Riquelme. Na habitual equipe de trabalho que o acompanha como comissão técnica, há apenas uma modificação: Federico Insúa deixou sua função como auxiliar de campo. Mantém-se Fabricio Coloccini, que estreou no Boca em 1999 com Carlos Bianchi como treinador e depois foi para a Europa. O preparador físico continuará sendo Roberto Luzzi, e Diego Cogliandro, que trabalhou nas divisões de base do Boca há pouco mais de uma década, chegará como treinador de goleiros. Depois de umas primeiras 24 horas muito ativas, para Gago o trabalho pesado começará focado na estreia contra o Tigre. O principal foco estará no estado físico dos jogadores. Este jornal apurou que Gago tem em mente uma ideia de seu time perfeito, mas terá que avaliar ao longo da semana se esses 11 escolhidos podem ser os titulares contra o Tigre. Dois nomes estão na frente, especialmente porque os une uma antiga relação de companheirismo na seleção argentina. Eles são Sergio Romero e Marcos Rojo. O caso de Chiquito é particular. Seu 2024 está bastante abaixo do que foi sua atuação no ano passado, quando construiu noites heroicas na Copa Libertadores. Ao mesmo tempo, o fraco presente se seguiu com uma punição imposta pelo clube por reagir e repreender um grupo de sócios que o insultaram após a derrota para o River, na Bombonera. Enquanto a voz dos torcedores do Boca não é tão dura com ele como há duas semanas, também é verdade que Leandro Brey demonstrou um nível muito alto e condições para conquistar o gol azul e amarelo. Aos 22 anos, o jovem que também se destaca nas seleções da AFA pressiona para ter ritmo de competição e não se contenta mais em ser apenas convocado. Rojo é outro jogador que, em condições físicas ideais, seria fundamental na espinha dorsal do Boca de Gago. Mas o zagueiro não está bem e os números o expõem: jogou apenas 20 dos 44 jogos que o Boca teve no ano. Nas semanas anteriores a essa breve pausa para as eliminatórias, o capitão do Boca trabalhou de forma diferenciada para melhorar o aspecto físico e na última semana se movimentou normalmente. Enquanto isso, Gary Medel – lesão na coxa – e Cristian Medina – distensão na panturrilha direita – também estão disponíveis. Em contrapartida, Luis Advíncula segue com dores no tendão de Aquiles direito e sua presença no próximo sábado é uma incógnita. A renovação do contrato de Edinson Cavani é algo que também dá tranquilidade e opções ao novo treinador, que de qualquer forma teria deixado claro que, independentemente dos nomes de peso no elenco, sempre jogará o que estiver em melhor forma. Gago não só está focado no imediato, mas também no que está além, com o Mundial de Clubes no horizonte. Sua chegada como treinador aumenta esse ímã que o clube já tem por sua própria história e pelo vínculo de Riquelme com tantos jogadores de classe mundial. Por isso, nas últimas horas, o nome de Sergio Ramos foi cogitado como possível reforço para o Boca modelo de 2025. Além dos aspectos econômicos, onde a realidade argentina nunca pode competir com mercados mais atraentes, é preciso dizer que o Boca já havia demonstrado interesse na situação contratual do espanhol quando ele se desvinculou do PSG, gestões que então não se concretizaram. Mas agora, com a chegada de Pintita, tudo pode acontecer. Ocorre que Gago e Ramos, que em março completará 39 anos, foram companheiros no Real Madrid entre 2007 e 2011 e têm uma excelente relação, a ponto de o campeão do mundo na África do Sul em 2010 ter enviado um video emocionado ao ex-meio-campista quando este anunciou sua aposentadoria há quase quatro anos. Para alimentar o que hoje soa como utopia basta uma declaração recente do próprio Ramos, que em entrevista ao site Bolavip em 2023 reconheceu: “Me resta jogar na Bombonera pelo afeto que tenho pelo Boca”. Os outros dois nomes que já teriam tido a aprovação do novo treinador são Alan Velasco e o chileno Carlos Palacios. Os primeiros passos estarão focados em Gago poder impor rapidamente o estilo protagonista que marca suas equipes e superar os primeiros desafios para depois construir um Boca confiável.

Alex Barsa

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