No coração da cidade de Buenos Aires, a poucos metros da Plaza de Mayo, encontra-se uma biblioteca que poderia facilmente servir de cenário para um filme de Harry Potter. Trata-se da Biblioteca do Palácio da Legislatura Porteña. O edifício, construído entre 1926 e 1931, é um projeto do arquiteto argentino Héctor Ayerza e, em 2011, foi declarado Monumento Histórico Nacional. Seu estilo combina elementos do neoclassicismo e do academicismo francês e, embora tenha sido concebido como sede do Conselho Deliberativo, também possui espaços típicos de uma residência, sendo inspirado em palácios europeus, como o de Versalhes. Com dois andares, tetos altos e um destaque para o trabalho do ebanista Gabriel Tarris, a biblioteca possui uma coleção de mais de 40 mil livros especializados em áreas como jurídica, legislativa, literária, filosófica, urbanística, histórica e local. Localizada no primeiro andar, a Biblioteca Esteban Echeverría possui tetos altos, dezenas de estantes com milhares de livros em suas duas plantas e se destaca pelo trabalho do ebanista Gabriel Tarris, que veio de uma geração de marceneiros franceses. O espaço possui uma rica coleção que começou a ser formada em 1884 e já passou por diversas sedes junto ao Poder Legislativo. Contudo, desde 1937 funciona como biblioteca pública e oferece um vasto acervo que inclui coleções importantes e exemplares antigos datados de 1646. A diretora da biblioteca, Maria Eugenia Villa, destaca que, apesar da concorrência com fontes de informação virtuais, ainda é importante valorizar o papel das bibliotecas como produtoras de conhecimento e garante que a instituição continua atuante, recebendo mais de 1.450 pessoas mensalmente. Além disso, a biblioteca também possui histórias de um fantasma que supostamente habita o local, sendo descrito como um homem idoso que perambula pela galeria do segundo andar em busca de livros.