Foi uma quarta-feira de ação intensa para o Racing. Um dia longo, que começou com o treino no estádio, seguido da concentração em um hotel de Buenos Aires, o traslado da equipe até o Aeroporto acompanhado por uma caravana de torcedores que fizeram uma festa cheia de emoção e cor, e terminou com a viagem para Assunção, Paraguai, onde no sábado jogará a final da Copa Sul-Americana contra o Cruzeiro, do Brasil.
No Cilindro, o grupo liderado por Gustavo Costas realizou o último treino antes da divulgação da lista de convocados e da viagem ao país vizinho. O treinador enfatizou exercícios de mobilidade, um trabalho com bola focado na posse e contou com a equipe reserva para utilizá-la como sparring durante o treino tático. Depois, ao ficarem concentrados, foi divulgada a lista de 28 jogadores que compõem a delegação.
Os ingressos estão esgotados para a partida decisiva e se presume que a equipe de Avellaneda terá maioria dos torcedores nas arquibancadas do Estádio Nueva Olla. Considerando o quão rápido os ingressos para “neutros” foram vendidos e algumas reclamações da diretoria do Cruzeiro, se estima que 80% do estádio terá torcedores do Racing. Não é o suficiente.
Para aqueles que estiverem no solo paraguaio e não tiverem seus ingressos, o estádio do Nacional será aberto para que possam acompanhar o jogo em uma tela aqueles que não tenham seus lugares comprados. Dois estádios para ver o Racing? Não, também não. Serão três, já que o Cilindro de Avellaneda também estará disponível no sábado com telas para assistir a final. A atração é máxima, está visível.
E os torcedores fazem isso notar. Primeiro, com a rápida compra de ingressos, já faz mais de uma semana. E nesta quarta-feira, com um apoio massivo pelas ruas no caminho do clube até a orla, na cidade de Buenos Aires. No caminho para o Aeroporto, os torcedores seguiram o ônibus e a festa se tornou ainda mais notável ao chegar ao aeroporto.
Bandeiras que balançavam, sinalizadores, danças que combinavam com o som dos tambores e uma infinidade de camisetas ao redor do ônibus, com contato muito próximo dos jogadores e de Costas. Apenas os vidros do veículo separavam uns dos outros, com câmeras e telefones se aproximando para ter uma lembrança. Outros buscando trocar olhares com seus ídolos para guardar aquela imagem nas retinas.
Do lado de dentro, agradecimento e saudações pelo apoio fervoroso. A despedida da equipe em frente ao aeroporto portenho foi emocionante. De repente, até o chassi do ônibus se tornou mais um tambor, buscando tornar o som mais intenso e chegar com mais força aos jogadores, que sorriam diante do que viam. E se juntavam às canções. Eles já tinham vivido um avanço disso no hotel, onde também os torcedores se fizeram notar e presentes.
A procissão celeste e branca vai de Avellaneda a Assunção. A intensidade com que se vive a expectativa aumenta a cada hora que passa. “Não durmo. Vi uns 10 jogos do Cruzeiro. Estamos muito loucos e eu amo viver assim esse momento do Racing, porque como torcedor passamos por tudo. E hoje, que minha gente e minha família estão felizes, é o que sonhei a vida toda”, disse Costas, horas antes da partida, a um veículo especializado.
Centenas de torcedores do Racing saíram às ruas de Buenos Aires para mostrar apoio à equipe antes da viagem ao Paraguai. “Espero que seja uma grande final para o público, mas que seja uma final ainda mais bonita para o Racing”, acrescentou sua voz Bruno Zuculini, meio-campista da equipe. “O Cruzeiro é um time que conheço, tenho amigos… Lucas Romero é um cara que jogou muito tempo aqui (no clube) e tenho admirado por ele, joga na mesma posição que eu e é um ótimo jogador. Juan Dinenno saiu do Racing, é da categoria de 94, assim como Rodri De Paul. Eu tenho muita estima por eles”, ampliou o volante.