Foi um ponto de virada para ambos. Para o Boca, que desperdiçou a oportunidade de se aproximar da zona de classificação para a Copa Libertadores. E também para o Huracán, que deixou escapar a chance de chegar ao topo da Liga Profissional faltando apenas três jogos para o final da temporada. Um jogo chato e mal jogado que não agradou nenhum dos dois treinadores. O empate em 0 a 0, no final das contas, os qualificou.
Apesar da importância da vitória do Boca sobre o Unión, Gago priorizou a semifinal com o Vélez e apostou em um time reserva para enfrentar o vice-líder do campeonato. Mesmo com a conquista do Racing liberando uma vaga na tabela anual, o treinador optou por preservar a maioria dos titulares visando a semifinal da Copa Argentina contra o Vélez, nesta quarta-feira em Córdoba, o caminho mais curto para garantir a vaga na Libertadores. Romero atuou, Fabra voltou, Cavani retornou após a suspensão disciplinar. Apenas cinco jogadores se mantiveram em relação à partida anterior. Para o Huracán, por outro lado, a situação era quase desesperadora. Uma vitória o colocaria temporariamente na liderança da Liga (com um jogo a mais) e ultrapassaria o Boca na luta por uma vaga nas competições continentais. No entanto, em campo, não houve diferença entre titulares e reservas.
A carga emocional do jogo prejudicou a atuação de ambos os times. O Boca tentou assumir a iniciativa com Janson e Aguirre pelas laterais, Cavani no comando de ataque, e Zenón na antiga posição de número 10: começando pela esquerda, mas com liberdade para se movimentar por todo o setor de ataque. Porém, o Boca não soube aproveitar os espaços cedidos pelo Huracán e apostou em chutões longos que eram bem resolvidos pela defesa adversária. Foi, em alguns momentos, um jogo de xadrez, onde as estratégias semelhantes anularam as intenções dos jogadores decisivos. Um chute de Zenón aos 22 segundos foi a melhor chance de gol na primeira etapa.
O Boca foi equilibrado na defesa, mas inofensivo no ataque. Cavani não conseguiu impor seu jogo e perdia constantemente para os zagueiros do Huracán. Aguirre e Janson também não conseguiram criar oportunidades. Enquanto isso, o Huracán impunha-se com determinação, mesmo sem criar muitas chances claras de gol. O jogo acabou empatado sem gols, em uma partida para ser esquecida.
O empate beneficiou o Vélez, que agora tem a chance de se distanciar na liderança da Liga, e deixou a briga por vagas nas copas ainda mais acirrada. No final das contas, o jogo no estádio do Huracán não correspondeu às expectativas, sendo esquecido rapidamente.