Corrida, depois de ser campeão: entre alcançar algo histórico e resolver a continuidade de Gustavo Costas como treinador para 2025

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Os números passam despercebidos em meio a tanta euforia. Logicamente, porque não têm o peso que carrega o ter alcançado a glória internacional depois de 36 anos de espera. Mas não deixa de ser impressionante: desde aquela vitória na semifinal contra o Corinthians, Racing acumula cinco vitórias consecutivas. Mesmo com o desgaste carregado de uma final disputada a 40 graus de sensação térmica no Paraguai e a ressaca das longas festas, a Academia já pensa no que está por vir, três semanas cheias de adrenalina até 15 de dezembro, quando o campeonato se encerra e os sócios escolherão um novo presidente depois de 11 anos de liderança de Víctor Blanco. A tabela do campeonato indica que, com um jogo a menos, Racing está cinco pontos atrás do Vélez. Com quatro rodadas pela frente, com um líder que ganhou apenas um dos últimos sete jogos, a Academia ousa sonhar com um cenário inédito em sua história: conquistar títulos nacional e internacional no mesmo ano. “Agora temos a esperança de lutar pelo campeonato. Nas comemorações estávamos falando que no final de semana teremos um jogo muito importante. Queremos mais”, confessou Gabriel Rojas naquela ocasião. O festejo dos jogadores e torcedores do Racing no Obelisco. Azerbaijão Maccioni – LA NACION. Mesmo que no momento os jogadores estejam desfrutando da segunda e terça de descanso, após a longa excursão ao Paraguai e enquanto aguardam pela maratona que está por vir no calendário, o elenco está ciente de que o jogo do próximo domingo, contra o Rosario Central, em Arroyito, será crucial para manter a possibilidade de lutar na Liga Profissional. Pelo cenário, por enfrentar um adversário de peso, mas, sobretudo, pelo contexto: se na primeira partida após a volta olímpica sair vitorioso novamente, Racing pode se tornar imparável. A melhor notícia para Gustavo Costas é que ele tem todos os jogadores disponíveis, apesar do cansaço acumulado. Além da queda de rendimento do Vélez, as respostas para sustentar a dupla competição Racing as encontrou no amplo elenco e na variedade de nomes de destaque. Costas pretende aproveitar essa amplitude de opções para encarar as quatro finais que vêm nas próximas três semanas. A data final de 15 de dezembro verá o Vélez enfrentar o Huracán e o Racing contra o River, quatro dos cinco times que lideram a tabela de classificação. Este dia também está marcado em destaque no calendário da Academia. Por quê? As eleições do clube serão realizadas, e espera-se que sejam as mais participativas nos 121 anos de história da instituição. Não é para menos: as urnas enfrentarão o setor que é oficial há dez anos, motor do ressurgimento esportivo e institucional, diante de uma oposição liderada por Diego Milito, o maior ídolo moderno, o homem que até tem uma rua que circunda o Cilindro. Além do momento de euforia e alegria, estas três semanas verão a campanha esquentar, como se o armistício antes da final que os diferentes grupos haviam tacitamente pactuado tivesse terminado. Víctor Blanco, presidente desde 2013, que desta vez concorrerá como vice de Christian Devia, que foi secretário-geral ao longo de todo o seu mandato, deu o pontapé inicial: “Diego Milito não me ligou. Acho que era o que correspondia, não?” Mas cada um se comporta… Eu teria mandado uma mensagem, com certeza, parabenizando-o. Cada um é livre para se comportar como quiser. Talvez ele devesse ser um pouco mais humilde”. Muito duro. Milito, por sua vez, viajou para Assunção junto com seu filho Leandro e festejou nas arquibancadas como mais um torcedor. O ídolo, que desde que lançou sua candidatura em 22 de agosto passado, trabalha na construção de sua equipe e no projeto de gestão caso vença as eleições, busca equilibrar a divulgação desse programa e mudar o foco dos torcedores neste momento de euforia. O tempo está passando: as eleições são daqui a menos de três semanas. Para o dia 25, aliás, o espaço Racing Sueña, liderado pelo ex-22, planejava divulgar seu programa para o clube no próximo ano. O próprio Milito pediu para adiar: “Não é hora de anunciar nada, os torcedores têm que comemorar”. Seja qual for o resultado das eleições, seja o próximo presidente Christian Devia ou Diego Milito, uma das primeiras questões a resolver é a continuidade ou não de Gustavo Costas, cujo contrato vence no final do ano. Durante todo o ano, o treinador-torcedor que levou a Academia à glória internacional após 36 anos, destacou a importância de permanecer “todos juntos para fortalecer o Racing”. Não vai se desviar desse pensamento agora que realizou o sonho de sua vida: dar uma volta olímpica com o clube de amor. A bola está do lado da política. Milito, que estreou como jogador em 1999 quando Costas atravessava seu primeiro ciclo como técnico, deixou claro nas últimas semanas que “não é hora de definições enquanto o Racing está competindo”. No entanto, é sabido que, se vencer as eleições, a ideia era buscar outra cabeça para seu projeto no futebol. Este troféu muda o cenário. Pelo lado do oficialismo, a renovação também não será fácil. Nesta época do ano passado, o ex-zagueiro aceitou um contrato muito baixo e alguns desentendimentos com a diretoria para poder retornar à sua casa depois de 17 anos acompanhando o time pela televisão. Agora, com uma coluna tão larga quanto o sorriso de campeão, a negociação pode ser diferente. Mas ainda falta muito. No reencontro com o elenco na quarta-feira, Costas tentará tocar a fibra sensível de um elenco que já o adotou como um pai. A mensagem será clara: há quatro jogos pela frente para tentar conseguir algo que nunca aconteceu no Racing. A primeira final, talvez a mais importante, é no domingo, no Gigante de Arroyito. Claro que neste caso o título não depende apenas da Academia. Mas esta equipe crente tentará outro milagre. De acordo com os critérios de

Alex Barsa

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