Boca, com a aposta do “tudo ou nada” de Gago e a comemoração com um Milton Giménez imparável, que chegou aos 10 gols no torneio.

  • Tempo de leitura:4 minutos de leitura

Boca varreu debaixo do tapete os destroços da derrota contra o Vélez e, com uma equipe renovada, construiu uma vitória sólida sobre o Gimnasia por 1 a 0 para encerrar mais uma rodada na zona de repescagem da Copa Libertadores. Após o golpe sofrido na Copa Argentina contra o Fortín, Boca começou a se reorganizar partindo da lógica: joga quem está melhor. Foi o que afirmou Mauricio Serna, membro do Conselho de Futebol, na véspera da partida contra o Lobo, contrariando Juan Román Riquelme: “Se os jogadores não acham que é uma obrigação estar na Copa, não podem estar no Boca”. Com base nessa premissa, Fernando Gago entendeu que era hora de voltar às bases. Apostar nos jogadores que estavam em condições físicas, mentais e futebolísticas de enfrentar este mini-torneio de três rodadas que definirá em grande parte o futuro da equipe. Fora Advíncula e Miramón pelo baixo rendimento. Dentro Barinaga e Milton Giménez para formar um 4-4-2 com ares de 4-2-4, posicionando Zenón e Zeballos como pontas e com Giménez e Cavani alternando na posição de 9. Milton Giménez recebeu um passe de Zeballos e concluiu com muita habilidade em direção ao gol do Gimnasia. Quatro “atacantes”, dois por dentro e dois por fora, com laterais avançados e zagueiros no meio-campo. Tudo ou nada. Como cantou a torcida do Boca quando os jogadores entraram em campo para se aquecerem, “pela camisa do Boca, vencer ou morrer”. E o Boca foi durante os primeiros 45 minutos aquele time elétrico e veloz com o qual Fernando Gago tanto sonha. Um Boca agressivo e dinâmico sem perder a compostura, que atacou com muitos jogadores, que arriscou, que não deixou o Gimnasia pensar, sobrecarregado e superado em todas as linhas. Com um Toto Belmonte que se multiplicou no meio-campo para roubar, assistir e gerar faltas. Com um Zenón melhorado e um Giménez imparável que alcançou os dez gols no campeonato e, assim como contra o Argentinos, apareceu no momento certo para dar ao Boca uma nova vitória revigorante. Igual ao Palermo contra o River na Libertadores de 2000, Milton recebeu de costas, virou com calma diante dos atentos zagueiros do Lobo e definiu com sua perna menos habilidosa para vencer o surpreendido Marcos Ledesma. O melhor do jogo foi o 2 a 0 anulado de Marcos Rojo (impedimento de interpretação de Giménez), que teria ficado perfeito em um primeiro tempo em que o Boca fez quase tudo certo, exceto pelo erro de Leandro Brey – ratificado por Gago apesar dos quatro gols sofridos contra o Vélez – que quase resultou em gol: um chute de longe de Mamut parecia tarefa fácil para o ex Los Andes, mas o goleiro deixou escapar a bola por baixo do corpo e, com o calcanhar do pé direito, desviou a bola para escanteio. O Boca começou o segundo tempo com a mesma intensidade que no primeiro. Primeiro Giménez e depois Cavani tiveram duas chances claras de ampliar o placar, mas seus chutes saíram para fora e o Boca não conseguiu liquidar a questão. A equipe de Gago era muito superior ao Gimnasia, mas não conseguia traduzir essa superioridade em gols. E então, os fantasmas do Kempes pareceram assombrar a Bombonera. Porque o Gimnasia, como o Vélez, também o procurou no final. Desarticulado, o Lobo foi com vergonha em busca de um empate que lhe permitisse continuar sonhando com a classificação para a Sul-Americana. A saída de Belmonte (machucado?) aos 15 minutos do segundo tempo tirou presença do time no meio-campo e a entrada de Miramón por Zeballos não supriu a ausência do ex-Lanús, que teve uma grande partida. Ao contrário do jogo contra o Vélez, o Boca procurou fechar o jogo trocando ataques. Pensando mais em ampliar o placar do que em manter a vantagem conquistada. E o público, um pouco impaciente, premiou essa atitude com um forte aplauso no final. A vitória sobre o Lobo mantém o Boca na luta para entrar na Libertadores. O resultado desta segunda-feira entre Talleres e Huracán em Córdoba (o empate é o mais conveniente para o Boca) determinará se o Boca mantém suas chances de disputar um lugar na fase de grupos da Copa, ou se terá que se contentar em aspirar a uma repescagem. Um prêmio de consolação que, nesta altura, começa a ser cada vez mais considerado.

Alex Barsa

Apaixonado por tecnologia, inovações e viagens. Compartilho minhas experiências, dicas e roteiros para ajudar na sua viagem. Junte-se a mim e prepare-se para se encantar com paisagens deslumbrantes, cultura vibrante e culinária deliciosa!