O campeão sul-americano tem um novo presidente. Apenas 22 dias após a histórica consagração em Assunção, Diego Milito liderará os destinos do Racing pelos próximos quatro anos. O ídolo do Racing, que terá Hernán Lacunza, ex-ministro da Fazenda da Nação, como vice-presidente e Sebastián Saja como diretor esportivo, venceu a chapa liderada por Christian Devia e Víctor Blanco e se tornou o sexto ex-jogador argentino a presidir um clube da primeira divisão. Seu espaço, Racing Sonha, obteve uma ampla vantagem em uma votação histórica para a Academia.

“É muito forte isso. É um sonho se tornando realidade. Muitas coisas passam pela minha cabeça neste momento. Peço desculpas pela emoção. Estou em um lugar que sonhei, que o povo me colocou. E isso para mim é um compromisso e uma responsabilidade enorme. Vou dedicar minha vida a este clube, a proteger os torcedores que me deram a oportunidade de realizar este sonho. Estou realmente muito feliz”, disse Milito, antes de serem divulgados os números oficiais.

De acordo com os dados oficiais, a chapa de Milito, Racing Sonha, venceu com 60,08% dos 17.090 votos; ou seja, foi escolhida por 10.267 sócios. A chapa do oficialismo, Devia-Blanco, obteve 39,71%, com 6.787 votos. Houve ainda 30 votos nulos e 6 impugnados.

Após a vitória retumbante do Príncipe, um quinto dos times da Liga Profissional passaram a ser presididos por ex-jogadores do clube: Juan Román Riquelme no Boca, Juan Sebastián Verón no Estudiantes, Gonzalo Belloso no Rosário Central, Luis Fabián Artime no Belgrano de Córdoba, Matías Tapia no Barracas e Diego Milito no Racing.

“O Racing tem muitos objetivos e todos devem ser máximos, tanto no aspecto esportivo quanto institucional. O Racing é uma família, é de todos, queremos os sócios por perto. Nada mais me surpreende vindo do povo. Somos incríveis, gigantes, e mostramos isso cada vez que precisamos. É o maior desafio da minha vida, sem dúvida”, reconheceu Milito.

No clima do sucesso da Academia, que ultrapassou o Athletico Paranaense por 4-0 após uma derrota por 0-1 no Brasil, Víctor Blanco lançou sua candidatura a vice-presidente na chapa Racing Vence, com o secretário geral Christian Devia à frente e o apoio tácito de Gustavo Costas, técnico da equipe, que renovou seu contrato com base no resultado eleitoral.

A decisão de Milito de concorrer à presidência do Racing abalou as bases do oficialismo a quatro meses das eleições no clube. Blanco, que parecia decidido a buscar a reeleição, colocou em dúvida sua participação nas urnas. Surgiram outros nomes, como o do ex-vice Miguel Jiménez, que posteriormente retirou sua candidatura. Especulou-se até sobre uma lista de unidade e até mesmo sobre a possibilidade de Milito assumir o cargo sem sequer apresentar oposição. Mas o mapa político mudou após a classificação da Academia para as semifinais da Copa Sul-Americana. Após a vitória, Blanco lançou sua candidatura a vice-presidente na chapa Racing Vence, com o secretário geral Christian Devia à frente e o apoio tácito de Gustavo Costas, técnico da equipe.

Para espantar rumores, o ex-jogador de Genoa, Zaragoza e Inter de Milão buscou captar o voto anti-SAD e esclareceu que o Racing não se transformará em sociedade anônima, embora seja favorável à injeção de capital privado para realizar, por exemplo, as obras de modernização no estádio.

O novo presidente terá a responsabilidade de formar um elenco competitivo pensando na Recopa Sul-Americana contra o Botafogo (20 e 27 de fevereiro) e na Libertadores do próximo ano. Para isso, terá que definir a situação de vários jogadores. Entre eles, Juan Fernando Quintero, Santiago Sosa, Maximiliano Salas, Roger Martínez e Adrián Martínez.

Os sócios já escolheram. Agora é hora de mostrar novamente em campo.