Racing define o treinador para 2025: Milito terá que abrir a carteira se quiser que Costas fique

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Diego Alberto Milito se preparou por anos para o que acontecerá na quinta-feira às 19h, na sede da Avenida Mitre 934: tornar-se presidente do Racing. Desde que lançou publicamente sua candidatura em 22 de agosto passado, além da preparação política-eleitoral e das ações de campanha, Milito vem planejando sua gestão, organizando sua equipe de trabalho, convencido de que os sócios lhe dariam seu voto de confiança. E assim foi: 17.090 pessoas compareceram às urnas, em um dia histórico de eleições, que marcou um recorde de participação para o clube e o colocou na terceira votação mais participativa do futebol argentino, atrás de Boca, com 43.367 em 2023, e River, com 19.833 em 2021. A partir deste 19 de dezembro, a teoria e a prática devem passar para o plano da ação. O ídolo assume com a força de 10.267 sócios que o escolheram, um número que impressiona quando colocado em contexto. A eleição mais participativa do Racing havia sido em 2014, quando a Academia foi campeã do Torneio de Transição. Naquele domingo votaram 9849. Neste domingo, apenas o número de votantes de Milito superou essa marca. Diego Milito venceu as eleições no Racing com uma ampla margem; assumirá oficialmente na próxima quinta-feira, embora já esteja trabalhando na Academia 2025. Além da distribuição de cargos e funções em uma estrutura eleitoral ampla, que conta com oito agrupações, o imediato para Milito será o futebol profissional. A grande novidade é que será reintroduzida uma estrutura de direção esportiva semelhante à que trabalhou no clube entre 2017 e 2020, com o ex-atacante como principal referência. Agora, com o emblema no comando do clube, Sebastian Saja estará à frente, com uma ampla experiência em diversas funções no futebol. O Chino, que teve uma passagem marcante como goleiro da Academia entre 2011 e 2016, terá a difícil tarefa de manter a base do campeão da Copa Sul-Americana. O primeiro objetivo é renovar com o técnico Gustavo Costas, cujo contrato vence no final do ano. Se bem que já tenham ocorrido conversas entre Costas e Saja nas últimas semanas, no entardecer deste domingo foi realizada a primeira conversa formal para renovar o contrato do treinador. Na conferência de imprensa após a vitória do torneio final contra o River, o treinador havia deixado dúvidas sobre sua continuidade. “Até 31 de dezembro tenho certeza”, disse. Não tem a ver com um desejo seu ou com uma decisão dos que passam a dirigir o clube a partir de quinta-feira. É uma negociação. Costas assinou em 2023 um contrato baixo para realizar o sonho de ser treinador do Racing. Agora, depois de um ano em que conseguiu fazer a Academia gritar campeã fora do país após 36 anos e terminou em terceiro lugar na tabela anual, ele quer uma renovação adequada. Embora em agosto, quando Milito decidiu dar o salto para a política, Costas não estivesse em seus planos para 2025, o desenvolvimento esportivo da equipe fez mudar de ideia. A explosão de apoio ao Racing que o treinador gerou com a excursão a Assunção e a conquista da Copa Sul-Americana teve mais peso do que as opções consideradas por Saja e sua equipe, com os irmãos Barros Schelotto como primeira opção. Alguns jogadores do elenco, como Santiago Sosa e Maximiliano Salas, estão em situações semelhantes à de Costas. O clube exerceu a opção de compra de ambos os jogadores, que chegaram por empréstimo no início do ano. Peças-chave da equipe campeã, também buscarão renovar seus contratos em alta. Juan Fernando Quintero, como sempre, é uma questão à parte. Milito o destacou como o melhor jogador do elenco. Saja foi além: “Um dos melhores da América do Sul”. O colombiano tem mais um ano de contrato com o Racing. De qualquer forma, seu futuro é uma incógnita. A secretaria técnica terá uma equipe de observação sob responsabilidade de Javier Wainer, que, após sua primeira passagem pelo Racing ao lado de Milito, trabalhou na Roma com José Mourinho. Agora ele está de volta. Embora a função seja planejar, a curto, médio e longo prazo, a montagem do elenco da Academia de forma autônoma às decisões da comissão técnica, neste primeiro mercado de transferências, o trabalho será em conjunto com Costas por uma questão de tempo. Nas últimas semanas, de fato, já houve encontros com Gonzalo e Federico Costas, filhos do treinador. Em um ano em que o grande objetivo será protagonizar a Libertadores, as primeiras datas destacadas no calendário acadêmico são 20 e 27 de fevereiro, os jogos da Recopa Sul-Americana, contra o Botafogo. O possível retorno de Matías Zaracho, que no sábado esteve no Cilindro na vitória sobre o River, é um segredo aberto na metade azul e branca de Avellaneda. O corpo técnico deixou claro que o mais importante é manter a base do elenco, que mesmo assim perderá alguns nomes. Para cada possível saída, há uma lista de substitutos guardados a sete chaves à espera do que o mercado de transferências reserve. No aspecto institucional, na quinta-feira será revelada a formação definitiva de uma diretoria eclética que terá o enorme desafio de administrar após 12 anos de continuidade de um mesmo grupo que deixa o padrão alto em termos administrativos e esportivos. As grandes mudanças, como a anunciada reforma do Cilindro, não estão planejadas para o primeiro ano de gestão. Diego Cifarelli, presidente da Federação Argentina da Indústria Moageira e ex-tesoureiro do Sarmiento de Junín, será responsável pelas finanças do clube. Quase sem tempo para comemorar a vitória eleitoral, a era de Milito presidente começa a se desenrolar.

Alex Barsa

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