“Vamos buscar que esses jogadores que nós vendemos ao longo destes anos, com os quais temos vínculos, possam voltar ao clube em uma idade competitiva”. A frase de Jorge Brito antes de assumir seu mandato como presidente do River apresentou uma marcada política do clube: apostar na repatriação de ex-jogadores que conheçam o clube para que possam ter uma nova oportunidade. Durante sua gestão, dos 29 reforços que teve nos últimos três anos, mais de 30% já haviam tido passagens anteriores pela banda vermelha. E o início do mercado para o ano de 2025 volta a seguir a mesma linha, com Enzo Pérez e Juanfer Quintero como os primeiros protagonistas apontados.
Embora ainda não tenham se manifestado publicamente, no River há um forte otimismo em poder contar com ambos os jogadores a partir da pré-temporada de janeiro: Enzo Pérez termina seu contrato no Estudiantes e poderia chegar em condição de livre, enquanto Quintero tem mais um ano de vínculo com o Racing, mas o retorno de Gallardo o atrai para chegar a um acordo entre os clubes para regressar. Ainda sem decisões à vista, esses dois nomes podem se juntar – o de Quintero pela segunda vez – à lista de ex-jogadores que desde os primeiros anos de Gallardo no comando técnico não param de crescer.
Juanfer Quintero conquistou a Copa Sul-Americana com o Racing; se o River o quiser, terá que negociar com a Academia.
O primeiro a ser contratado em 2015 foi Pablo Aimar, que deixou a Malásia, jogou apenas dois jogos oficiais e se aposentou por problemas físicos aos 35 anos. No mesmo ano, também chegaram em condição de livres Javier Saviola (16 jogos, sem gols) do Hellas Verona da Itália e Lucho González (32 jogos, dois gols) do Al-Rayyan do Catar. Apesar de terem sido campeões da Copa Libertadores e da Suruga Bank, seus retornos geraram uma expectativa que não se concretizou em campo, já que nenhum deles conseguiu se firmar: o atacante saiu após seis meses e se aposentou; e o meio-campista foi para o Athletico Paranaense após um ano.
Mais tarde, em 2017, também voltaram em condição de livres tanto Ariel Rojas (41 jogos, um gol) quanto Germán Lux (29 jogos) e embora ambos tenham sido titulares rapidamente, não se consolidaram. O meio-campista rescindiu em meados de 2018, enquanto o goleiro foi reserva de Franco Armani entre 2018 e 2021 até sua aposentadoria.
Entre 2018 e 2020 não houve contratações de ex-jogadores, até que em 2021, ainda durante a presidência de Rodolfo D’Onofrio, Gallardo pediu o retorno de David Martínez do Defensa y Justicia. O zagueiro, que havia sido emprestado e 50% de seu passe vendido por 900 mil dólares, foi recomprado por mais de dois milhões, brilhou em seu primeiro ano na equipe campeã da Liga e rejeitou uma proposta do Palmeiras do Brasil. Nos anos seguintes, ele perdeu espaço, sofreu lesões e encerrou seu segundo ciclo com 76 jogos, até sair este ano para o Inter Miami. Além disso, o treinador aceitou a chegada de Jonatan Maidana (livre do Toluca do México), que se destacou mais como líder de vestiário do que como figura em campo e somou 40 jogos e quatro títulos até sua aposentadoria no final de 2023.
Com a chegada de Brito, entre 2022 e 2024, a lista teve um crescimento exponencial com nove reforços que já haviam vestido a camisa milionária. Os três primeiros foram em seu primeiro mercado: Juanfer Quintero (por empréstimo), Emanuel Mammana (livre após rescindir com o Zenit da Rússia) e Leandro González Pirez (por dois milhões de dólares entre empréstimo e compra do Inter Miami). Este último foi o que mais se destacou em relação à sua primeira passagem (2011-2013), ao ponto de ser peça-chave do River campeão da Liga em 2023 e ainda continua no elenco, com um total de 97 jogos disputados em quatro temporadas, cinco gols e três títulos.