O dia em que Gallardo substituiu Martínez Quarta no primeiro tempo, colocou Juanfer Quintero, River perdia… e ganhou

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Dos refuerços que o River somou, talvez Lucas Martínez Quarta seja o de maior categoria internacional. Total vigência, quase garantia de autoridade. O defensor, de 28 anos, voltou para Núñez vindo da Fiorentina em troca de cerca de 7 milhões de dólares. Fez exames médicos, teve uma apresentação midiática e começou a treinar. Para Marcelo Gallardo, ele é um dos imprescindíveis, que provavelmente ficará com o lugar de Paulo Díaz, para formar uma última linha da casa e da seleção, com Germán Pezzella. “Você está em casa, Chino”, escreveu a conta do River na descrição de suas postagens nas redes sociais. O post veio acompanhado de três emoticons: dois corações brancos e um vermelho. Em sua primeira passagem pelo elenco profissional do clube de Núñez, o zagueiro disputou 104 jogos, marcou seis gols e deu quatro assistências. “Estou feliz, para mim é um dia inesquecível, voltar ao clube do meu coração, vestir essa camisa, estou realmente muito contente”, afirmou. Na Fiorentina, ele chegou a ser capitão e destaque, mas no último semestre teve pouca participação e decidiu voltar ao Monumental. Atuou em apenas 8 jogos na Serie A e marcou um gol, em uma vitória por 3 a 2 sobre a Atalanta, em setembro passado. Na Conference League, por outro lado, jogou em 5 jogos e marcou dois gols, um verdadeiro símbolo de sua evolução, mesmo não estando entre os escolhidos por Raffaele Palladino, o técnico da Fiorentina, que prefere uma linha de três jogadores. Gallardo mantém uma excelente relação com Martínez Quarta. No entanto, houve um fato curioso que aconteceu em 9 de fevereiro de 2020, em um jogo contra o Unión, em Santa Fé. O técnico substituiu o defensor aos 27 minutos do primeiro tempo, colocando Juanfer Quintero em seu lugar, e, no final, o River venceu por 2 a 1, após estar em desvantagem. O defensor não reagiu muito bem. E, além disso, não é algo que Gallardo costuma fazer em sua carreira como treinador. Substituir o jogador aos 27 minutos do primeiro tempo para desmontar o planejado e modificar o plano de jogo em busca de respostas não é algo comum no mundo do futebol. Por isso, a substituição precoce de Gallardo causou surpresa naquela ocasião, apesar do seu time precisar de uma mudança diante do intenso e inteligente plano de jogo do Unión. E o River começou a ganhar o jogo em Santa Fé com a entrada de Juan Fernando Quintero no lugar de Lucas Martínez Quarta, de acordo com o que La Nación relatou naquele dia. O esquema 5-4-1 de Leonardo Madelón (o treinador do Unión na época) neutralizou completamente a inovadora formação 3-3-2-2 que funcionou nos três primeiros sucessos consecutivos de Gallardo naquele ano. Assim, os primeiros 25 minutos mostraram um River apático, que não conseguiu se ajustar nem soube como entrar no jogo. Incapaz de explorar seu poder de fogo no ataque e com sérias dúvidas na defesa, o técnico decidiu mudar rapidamente e o jogador mais óbvio para ser substituído era Martínez Quarta, que já havia sido amarelado e havia tido uma atuação errática em suas primeiras intervenções. “A tática que o Unión adotou nos complicou no início, por isso tivemos que mudar e nos organizar. A partir daí conseguimos controlar um pouco mais o jogo, coisa que no começo não conseguimos. Além disso, tivemos que virar o resultado novamente, o que não é fácil em um campo como este, e mesmo assim tivemos precisão. Criamos poucas oportunidades, mas quando o fizemos, foram gols”, analisou Gallardo em entrevista coletiva após a vitória por 2 a 1 em Santa Fé. “Madelón nos montou um esquema baseado em nossa formação com três zagueiros. Estávamos com gente demais defensivamente e faltando gente no meio. Não conseguíamos pegar a bola e decidi mudar. Tinha que tirar um dos zagueiros, Martínez Quarta saiu porque estava amarelado, e decidi colocar Juan (Quintero) para ter controle. Ele entrou bem, enquanto esteve fresco e aguentou fisicamente esteve bem, nos deu qualidade e controle. Mas foi um jogo muito disputado, não havia muito espaço para jogar e a bola ficava muito tempo no alto, com muita fricção. E eles nunca desistiram, fizeram um jogo muito difícil”, contou o técnico naquela época, feliz nestes primeiros dias de janeiro, com tantos reforços e energia renovada. Apesar de não haver nenhum tipo de reclamação, a irritação de Martínez Quarta foi evidente: ao sair, cruzou todo o campo com passos cansados, tirou a munhequeira de seu braço direito com raiva e não conseguiu mudar a expressão, que misturava tristeza com irritação; tanto que ele foi direto para o banco de reservas, sem passar perto do técnico. Portanto, Gallardo teve que se aproximar para cumprimentá-lo, deu-lhe um beijo e depois também foi visto Leonardo Ponzio conversando com ele para tentar acalmá-lo. O que o treinador disse após a decisão? “Eu disse que era uma mudança, uma modificação tática, e nada mais. Ele entende perfeitamente. Procuramos soluções em benefício da equipe, apesar do amargor porque não gosta de sair, muito menos. Mas é compreensível”, comentou o Muñeco. E Juanfer acrescentou um capítulo a essa história pouco lembrada. “Eu apenas treino, tento ajudar a equipe e sempre digo: todos podemos ser importantes. A substituição não me surpreendeu porque somos um grupo e, em um jogo complicado, qualquer um de nós tem que estar preparado para entrar e ajudar. Felizmente, conseguimos”, reconheceu Juanfer, que também esteve perto de voltar. Como Gallardo e Martínez Quarta.

Alex Barsa

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