Riquelme pressiona Gago para renunciar, mas o treinador não pretende sair

  • Tempo de leitura:4 minutos de leitura

Fernando Gago pode se tornar o sexto treinador do Boca Juniors que não cumpre seu contrato com Juan Román Riquelme no comando do futebol do clube. No entanto, enquanto a diretoria deixou vazar um cenário de ultimato, fontes próximas à comissão técnica negam que o treinador tenha sido pressionado na reunião que tiveram na quarta-feira, logo após a eliminação estrondosa na Copa Libertadores contra o Alianza Lima, na Bombonera. A crise persiste, em meio à preparação para um jogo importante, quando o Boca enfrentará o Rosario Central, pela oitava rodada do torneio Apertura.

O impacto da eliminação na Fase 2 da Copa Libertadores (a maior frustração do clube em sua história nesta competição) ainda se faz sentir em toda a instituição. Mas principalmente no Boca Predio, onde se encontram o presidente Riquelme, os membros do Conselho do Futebol (Marcelo Delgado, Raúl Cascini e Mauricio Serna), a comissão técnica e os jogadores. Segundo apurou a imprensa, Riquelme e o CdF esperavam que Gago renunciasse na coletiva de imprensa pós-eliminação da Copa. Como isso não aconteceu, durante a madrugada de quarta-feira, os telefones de todos os responsáveis pelo Departamento de Futebol do clube estiveram bastante ativos, decidindo como proceder.

Gago voltará à Bombonera nesta sexta-feira, quando o Boca enfrentará o Rosario Central. Segundo informações do clube, na reunião de ontem com o treinador, da qual Riquelme não participou apesar de estar em seu escritório a poucos metros de distância, teria sido sugerido a Gago o fim de seu ciclo, e que tudo seria analisado “jogo a jogo” daqui em diante. Inclusive, com a possibilidade de que o confronto contra o Central seja sua despedida. No entanto, fontes próximas à comissão técnica do Boca negaram enfaticamente essa versão. “Houve uma reunião, como costumam ter após cada partida. Mas ninguém presente disse nada a Gago sobre sua continuidade. Muito menos falaram sobre seu último jogo. São todas mentiras”.

Consciente da dor que é para o Boca ser eliminado da Libertadores e da Sul-Americana, e enquanto se prepara para o jogo contra o Central, Gago mostrou-se firme diante de seus jogadores, com a convicção de que tudo vai melhorar. Uma mensagem difícil de assimilar neste momento para um time cujo objetivo central do ano se esvaiu prematuramente. A versão da diretoria é clara: será avaliado não apenas o resultado contra o Rosario Central, mas também o desempenho da equipe. E algo mais: considerarão o papel dos torcedores, em uma Bombonera que mais uma vez se tornará um Cabildo Aberto ou um Coliseu Romano, onde o polegar para cima ou para baixo pode decidir o futuro do treinador.

Os jogadores do Boca consolam Velasco após o erro do pênalti decisivo contra o Alianza Lima. Com um contrato válido até dezembro de 2025, seria uma loucura interrompê-lo quatro meses depois… Embora possa acontecer, é claro”, uma fonte próxima ao corpo técnico disse a este jornal. Diante desta situação, Gago parece encurralado. Além de ter que mostrar uma mudança profunda de atitude, dinâmica e jogo, logo após o golpe emocional da terça-feira.

Mas se tudo isso pode entrar no campo tangível, há algo imprevisível. As perguntas se acumulam e suas respostas são indescritíveis. Como reagirão os torcedores quando o Estádio anunciar as escalações? O que farão quando mencionarem o nome de Gago? Como se expressarão quando os jogadores entrarem em campo? O que acontecerá quando o treinador pisar novamente na grama da Bombonera? E, talvez o mais importante: toda essa reação será genuína ou haverá uma orientação da diretoria para que a torcida deixe claro que o ciclo de Gago acabou?

Com contrato vigente no Chivas de Guadalajara, o treinador se expôs e desagradou ao clube mexicano ao “voltar para casa”. Actualmente, os “donos” da casa abrem a porta e o empurram para fora. O único caminho é a demissão. E, nesse caso, o clube terá que indenizá-lo pelos 10 meses restantes de contrato assinado em outubro passado. A única certeza até agora é que Fernando Gago seria o sexto treinador do Boca Juniors que não completa seu contrato desde que Juan Román Riquelme assumiu o futebol do clube. Talvez esse dado evidencie a dificuldade do clube em manter um projeto a longo prazo. E que, cada vez com mais frequência, é sabotado.

Alex Barsa

Apaixonado por tecnologia, inovações e viagens. Compartilho minhas experiências, dicas e roteiros para ajudar na sua viagem. Junte-se a mim e prepare-se para se encantar com paisagens deslumbrantes, cultura vibrante e culinária deliciosa!