Kevin Castaño: o colombiano que chegou ao River para reforçar o meio-campo e é a segunda incorporação mais cara na história do clube

  • Tempo de leitura:6 minutos de leitura

A cifra surpreende e faz barulho: River desembolsou cerca de 30 milhões de dólares nos últimos dois anos por quatro volantes centrais. Após a venda milionária de Enzo Fernández, e entre a saída e o retorno de Enzo Pérez, desde o final de 2022 até a presente data chegaram Matías Kranevitter, Nicolás Fonseca, Rodrigo Villagra e agora Kevin Castaño para tentar conquistar um posto crucial. Dois – Villagra e Fonseca – já não estão, um é reserva e o outro ainda não se incorporou, mas em Núñez aceitaram desembolsar a impactante cifra de 13,8 milhões de dólares brutos pela transferência do meio-campista colombiano, que chegou nesta terça-feira da Rússia, passou pela revisão médica e assinou seu contrato. Uma maldição para quebrar.

Desde sua chegada a Núñez em 2017, Enzo Pérez se apropriou do meio-campo do River. Em um processo ascendente no qual teve principalmente Leonardo Ponzio e Bruno Zuculini como concorrentes e companheiros internos, também passaram os jovens Santiago Sosa e Felipe Peña Biafore, além de alguns jogos de Exequiel Palacios, Rodrigo Aliendro, Enzo Fernández ou Nicolás De La Cruz mais próximos do eixo. Mas a história inabalável da figura do capitão Enzo – com contrato até dezembro – esconde um problema: se ele se ausenta ou seu nível não está no auge, não há um substituto ou companheiro claro. Os nomes vêm e vão e ninguém se estabelece. Dilema central.

O primeiro a chegar foi Kranevitter, que retornou no final de 2022 do Monterrey em troca de 3,95 milhões de dólares em quatro parcelas (1,9 milhão e três de 850 mil dólares). Infelizmente, no primeiro amistoso do ciclo de Martín Demichelis, ele sofreu uma fratura no tornozelo direito que o tirou dos primeiros seis meses e, na primeira pré-temporada que iria realizar completa em janeiro de 2024, uma lesão o tirou. Assim, sem continuidade como titular, ele tem 2215 minutos distribuídos em 50 jogos (24 como titular) com uma média escassa de 44 minutos por jogo. Tem contrato até dezembro, com um futuro incerto.

Depois, em agosto de 2023, o River fechou a surpreendente contratação do uruguaio Nicolás Fonseca para tê-lo a partir de janeiro de 2024. Em Núñez, pagaram 2,25 milhões de dólares em quatro parcelas por 60% do passe do Montevideo Wanderers, e o volante central jogou 28 jogos (17 como titular) com 1624 minutos e um gol durante 2024. Apesar de ter sido convocado para a seleção uruguaia graças às convocações de Marcelo Bielsa, não teve um desempenho positivo e acabou indo para o León, do México, após um ano sem brilho com a camisa millonária.

Naquele mesmo mercado, após a saída de Enzo Pérez para o Estudiantes em meio ao conflito com Demichelis, também apareceu Rodrigo Villagra, em uma longa e complicada negociação com o Talleres. No total, foram 10,8 milhões de dólares brutos pela transferência do meia, entre um pagamento inicial líquido de cinco milhões, dois bônus de cerca de 650 mil dólares cada, a cessão de 25% de Federico Girotti, o pagamento de 1,25 milhões líquidos em conceito de direito de tanteo (prioridade de compra) por três jovens do time cordobês e outras cláusulas.

Enzo Pérez, um símbolo do River no meio-campo

Mas a expectativa gerada pela novela daquele mercado não se traduziu em desempenho em campo: Villagra jogou 2186 minutos em 36 jogos (22 como titular), sem nunca conseguir se estabelecer como o número 5 habitual da equipe durante 2024. No início deste ano, sem completar a pré-temporada ou participar dos amistosos devido a uma lesão muscular, ele pediu a rescisão de seu contrato pela oferta do Grupo Foster Gillett, que iria desembolsar 11,5 milhões de dólares para ficar com seu passe.

Diante dessa situação, tanto a comissão técnica quanto a diretoria deram luz verde e o jogador foi liberado em 31 de janeiro aguardando o desembolso de um dinheiro que nunca apareceu. Assim, após um mês de incerteza, enquanto o jogador de 24 anos treinava sozinho em Rosario, o acordo foi desfeito e o CSKA de Moscou surgiu como seu novo destino: o River vendeu 50% de seu passe por quatro milhões de dólares fixos, mais um milhão por variáveis. Um negócio esportivo e econômico ruim. Por essa razão, o clube denunciou penalmente Foster Gillett e Guillermo Tofoni, por considerar que ambos causaram “graves prejuízos ao patrimônio” do River.

Frente a esse panorama, além de uma pergunta inicial que o River havia feito em janeiro, o nome de Kevin Castaño ganhou mais força após a confissão de Villagra de querer emigrar. Assim, durante todo o mês de fevereiro, negociações foram conduzidas com o Krasnodar da Rússia pelo colombiano, embora apenas nos primeiros dias de março um acordo tenha sido alcançado: o clube desembolsaria cerca de nove milhões de dólares por 70% do passe. Mas no último fim de semana, o Cruz Azul apareceu, exigindo vender os 30% que ainda tinha em suas arcas, e a operação passou a ter um custo de cerca de 13,8 milhões de dólares brutos pela totalidade do passe.

Assim como aconteceu com Villagra quando chegou do Talleres em fevereiro do ano passado durante a competição, a transferência de Castaño, que será o segundo jogador mais caro da história do clube – superado apenas pelos 14 milhões de dólares que custaram Lucas Pratto em janeiro de 2018 – encareceu muito e foi adiada devido às necessidades e urgências do River, que não eram as mesmas do Krasnodar. Além disso, o time russo condicionou a possibilidade de reter o meio-campista até a última sexta-feira, 7 de março, para tê-lo nas duas primeiras rodadas do reinício da liga russa. Em Núñez, foram aceitas as mudanças nas condições, apesar do aumento no valor, e agora Gallardo terá o seu novo volante central.

Sendo um jogador mais técnico do que físico, com dinâmica e passe como suas características mais marcantes, Castaño já é considerado o reforço mais necessário do mercado diante da impossibilidade de consolidar outro nome fora de Enzo Pérez. River sofre em uma posição chave do campo. E já investiu 30 milhões de dólares para resolver um problema de difícil solução.

Alex Barsa

Apaixonado por tecnologia, inovações e viagens. Compartilho minhas experiências, dicas e roteiros para ajudar na sua viagem. Junte-se a mim e prepare-se para se encantar com paisagens deslumbrantes, cultura vibrante e culinária deliciosa!