Ele foi o segundo reforço mais caro da história do Boca e o 17º jogador do elenco com menos minutos jogados no ano. Sua ausência na derrota contra o River foi um dos motivos que precipitaram a demissão de Fernando Gago. Nesta quarta-feira, no segundo treinamento do time sob o comando técnico de Mariano Herrón, ele recuperou seu lugar entre os 11 e tudo indica que será titular neste domingo contra o Tigre.
Após 70 dias fora da equipe, Alan Velasco terá a oportunidade de jogar desde o início no último compromisso antes do início dos playoffs. O reforço pelo qual o Boca investiu mais de 10.000.000 de dólares foi um dos pontos fracos do time até agora em 2025, mas Juan Román Riquelme quer vê-lo dentro de campo o mais rápido possível e o técnico interino – e amigo íntimo do presidente – está decidido a realizar esse desejo.
A compra de Velasco do Dallas, da MLS, foi uma das mais notáveis dos últimos tempos. De fato, o Boca não realizava um investimento tão grande desde 2007, quando Mauricio Macri concretizou o retorno de Riquelme vindo do Villarreal. O ex-Independiente chegou ao Boca após disputar apenas oito jogos em 2024, devido a uma ruptura de ligamentos no joelho esquerdo. No momento da assinatura, ele estava inativo há dois meses e meio, já que seu time havia sido eliminado dos playoffs da Conferência Norte. Ainda assim, Velasco jogou alguns minutos na primeira rodada contra o Argentinos e se manteve entre os titulares nos seis primeiros jogos da temporada. Começou como ponta esquerda (em um 4-3-3), jogou como volante em um 4-2-3-1, meia central em um 4-3-1-2 e novamente como ponta, mas nunca se destacou. Ele teve dificuldades para se adaptar ao futebol argentino e não contribuiu com gols ou assistências. Chutou duas vezes ao gol: uma contra o Racing e outra contra o Aldosivi. E perdeu 60% das disputas. Gago o afastou após a derrota no Peru contra o Alianza Lima e o pênalti perdido na revanche, que eliminou o Boca da Copa Libertadores, acabou por condená-lo ao ostracismo.
Uma suposta lesão no tornozelo – sem relatório médico oficial – o deixou de fora dos dois jogos seguintes do Boca: contra o Central na Bombonera e o Central Córdoba em Santiago. O Boca venceu ambos e Velasco ficou um mês fora dos 11 até a derrota por 2 a 0 contra o Newell’s, onde voltou a decepcionar. O time encontrou um melhor funcionamento sem ele, com seis vitórias em sete jogos antes do superclássico, e Velasco nunca mais teve chances: apenas quatro minutos contra Barracas e outros sete na goleada contra Belgrano.
Na semana passada, depois de saber da lesão de Edinson Cavani, em Ezeiza se animaram com a possibilidade de Velasco conquistar um lugar na equipe. Porque Milton Giménez também estava lesionado e porque Exequiel Zeballos havia contribuído pouco nos últimos jogos. No entanto, Gago mudou a estratégia e colocou a famosa linha de cinco que acabou custando seu emprego. Zeballos e Velasco ficaram de fora. E entrou Ayrton Costa para armar o time no contra-ataque. Durante o jogo, Gago fez quatro mudanças. Duas delas, no final. Velasco, o favorito de Riquelme, não entrou nem nos acréscimos.
Após a derrota, o presidente esperou 24 horas e depois ordenou a demissão do treinador nos momentos antes do treino na terça-feira. Entre outras questões, ele não tolerou ver Velasco no banco e decidiu demitir o treinador, mesmo sem ter um substituto pronto. Nesta quarta-feira, Herrón comandou seu segundo treinamento no Boca Predio e não hesitou em incluir o meia na formação que se desenha para o domingo. As novidades? O retorno à formação com quatro jogadores na defesa e a entrada de Velasco no lugar de Costa. Sim, é o time que agrada a Riquelme…
A proximidade de Riquelme com Velasco ficou evidente no dia de sua apresentação no Boca. Após a saída de Gago, Herrón dirigiu sua segunda semana de treinos no Boca Predio e não hesitou em colocar Velasco na escalação titular. Com a ausência de Cavani e Milton Giménez, Herrón deve apostar em Velasco para buscar a vitória contra o Tigre. Uma mudança anunciada que coloca o jogador novamente em destaque e o obriga a mostrar o que todos, inclusive Riquelme, ainda esperam dele.
