Em um contexto de reativação imobiliária incipiente após anos de retração, o fim do cepo cambial no setor imobiliário gera expectativas em desenvolvedores e compradores. Com uma maior previsibilidade cambial e a possibilidade de canalizar economias em imóveis sem restrições, o mercado de projetos na planta volta a ser uma opção atraente para aqueles que buscam investir em metros quadrados desde o início da obra. Em Villa Crespo, um dos bairros portenhos que mais se transformou na última década, existem pelo menos 20 empreendimentos imobiliários em pré-venda, com preços que começam, de acordo com a cotação oficial do dólar do dia, em $35.700.000 (US$30.000) e ultrapassam os $297.500.000 (US$250.000), dependendo das características do projeto, da localização e dos serviços incluídos. A demanda se diversifica com propostas que vão desde unidades compactas até tipologias de maior escala, em obras com entrega prevista entre 2026 e 2027.
De acordo com dados da plataforma Zonaprop, o empreendimento mais acessível do bairro está localizado em Julián Álvarez 725, onde estão sendo construídas 10 unidades de dois a quatro quartos com superfícies que variam de 12 m² a 134 m². A entrega está prevista para maio de 2027 e os preços partem de $35.700.000 (US$30.000). Um degrau acima, encontra-se o empreendimento localizado em Thames 559, com 44 unidades distribuídas em 12 andares. Oferece apartamentos de um, dois e três quartos, contará com comodidades e tem uma data estimada de entrega para julho de 2027. O preço inicial é de $71.005.900 (US$59.500), o que o torna uma das opções mais equilibradas entre preço e volume de oferta. Outro empreendimento em andamento é o de Eduardo Acevedo 477, com 20 unidades de um e dois quartos, cujos preços começam em $80.816.950 (US$67.905) e com data de entrega prevista para junho de 2027.
Em Pringles 1283, encontra-se um edifício na planta de maior escala, com 31 unidades de um a quatro quartos e superfícies que variam de 27 m² a 211 m². Os preços começam em $82.110.000 (US$69.000) e são uma opção de maior variedade tipológica para diferentes perfis de compradores. No outro extremo do espectro de preços, Villa Crespo também oferece opções de alta gama. O projeto mais caro listado na plataforma está em J.R. Velasco 251, a poucas quadras das estações Malabia e Ángel Gallardo do metrô B. É um edifício de 10 unidades, de dois a quatro quartos e com superfícies entre 79 m² e 175 m². O valor base de entrada é de $305.730.000 (US$257.000) com entrega prevista para dezembro de 2027. A segunda proposta mais cara está em Gurruchaga 546, a apenas três quadras da estação Malabia. Este empreendimento, com entrega prevista para novembro de 2026, tem 11 unidades de três a cinco quartos e superfícies que variam de 92 a 208 m². O valor mínimo de compra começa em $259.420.000 (US$218.000). O pódio dos mais exclusivos é completado por um edifício em Aráoz 200, composto por oito unidades de três a quatro quartos com dimensões entre 79 m² e 159 m². Os preços começam em $212.410.000 (US$179.000).
O boom dos projetos na planta em Villa Crespo se deve a vários fatores: sua localização estratégica entre Palermo, Chacarita e Caballito, a revitalização comercial trazida pela abertura do Distrito Audiovisual, e a chegada de novas propostas gastronômicas e culturais que renovaram a identidade do bairro. No novo cenário econômico, com um mercado que busca sinais de estabilidade e regras claras, os projetos na planta surgem como uma opção para diversificar poupanças, dolarizar capital e participar da reativação do mercado imobiliário. Como sempre, a chave estará em escolher empreendimentos com respaldo, cumprimento de prazos e boa qualidade construtiva.