Agustín Marchesin não é o capitão do Boca, mas desde que chegou assumiu um papel de liderança dentro do vestiário quase ao nível de Marcos Rojo e Edinson Cavani. Teve ótimas atuações logo após vestir a camisa e recebeu o apoio da torcida. Nos últimos dias, recebeu algumas críticas pelos gols marcados por Franco Mastantuono, de falta, e Sebastián Driussi, após um rebote que ele mesmo deu ao defender um cabeceio do atacante adversário na derrota para o River no Monumental. Um dos principais críticos do goleiro do Boca foi um ex-colega: Pablo Migliore, que defendeu o Boca entre 2006 e 2008, havia dito após o jogo contra o River: “É tudo dele. Pergunte a ele mesmo. Automaticamente você percebe quando poderia ter feito algo a mais. Mesmo que a bola entre no ângulo, você tem que se jogar da mesma maneira. Não estava encarando o sol no rosto, não tem essa desculpa. Tranquilamente poderia ter defendido”, declarou Migliore, responsabilizando Marchesin pelo gol de Mastantuono de longa distância, de falta.
Na segunda-feira, Marchesin respondeu em declarações à Radio Continental: “Foi um jogo estranho porque no nosso gol o vento também prejudicou o Pezzella. Fiquei muito chateado e assisti 200 vezes. Eu não concordo que tenha cometido o gol (de Mastantuono). Cometer um gol é o que Pablo (Migliore) fez contra o Fluminense. Passar por baixo de você ou quicar antes de entrar. Falar assim entre colegas nunca faria. Depois há gols em que poderia ter feito algo a mais”, referindo-se ao gol de Thiago Neves nas semifinais da Copa Libertadores de 2008, onde o Boca foi mandante no estádio do Racing.
Sobre a troca de treinadores no Boca, a saída de Fernando Gago e o comando interino de Mariano Herrón para a disputa dos playoffs do torneio Apertura, o goleiro expressou: “Estamos preparados para o que vem pela frente. Temos quatro finais e vamos lutar para vencer o campeonato. Isso é o que o Boca significa. Estamos muito esperançosos”.
Oito dos 13 gols sofridos pelo Boca no campeonato foram de bola parada. O jogo aéreo é um ponto fraco a ser corrigido no time. Tigre marcou no último domingo por esse meio, assim como o Newell’s e o Alianza Lima. O River venceu facilmente nesses lances, embora os gols millonarios tenham sido marcados de outra forma. “Fazemos uma marcação mista. É algo que precisamos melhorar e trabalhar com Mariano Herrón”, reconheceu Marchesin. “Em um futebol tão equilibrado, esses detalhes marcam a diferença e não podemos cometer erros. Tivemos dificuldades contra o Alianza e o Tigre. A bola parada é algo que precisamos melhorar. Fazemos bons jogos e é uma pena não vencer por conta de uma bola parada”.
Por fim, referiu-se a uma das grandes polêmicas de 2025. Na noite em que o Boca foi eliminado pelo Alianza Lima após vencer por 2-1 na Bombonera, Marchesin pediu para ser substituído e Leandro Brey entrou em seu lugar porque – como entendeu o ex-jogador do Lanús – seu companheiro de equipe estava melhor preparado para enfrentar essa situação. “Não se pode sair falando e desmentindo. É tudo uma tolice, o goleiro sempre sonha em chegar a essa instância. Sempre está preparado, depois há decisões que devem ser respeitadas e não me considero superior a ninguém. As críticas chegam. Joguei no Peru e vomitei a manhã toda e também no aquecimento; se eu desisti, foi ali e não em uma disputa de pênaltis, onde é o máximo da glória, algo que todo goleiro deseja”.
Sobre a avaliação do jogo da equipe, Marchesin explicou: “Infelizmente não conseguimos terminar em primeiro lugar, mas fizemos uma grande quantidade de pontos em um campeonato muito equilibrado com sete vitórias seguidas. O grupo sentiu o impacto da saída de Fernando Gago, um treinador que todos admiramos, mas estamos muito esperançosos em terminar da melhor forma para apoiar o trabalho que ele e a direção fizeram. A eliminação da Copa Libertadores foi muito difícil, não estávamos preparados para sair, o objetivo era fundamental e agora a obrigação é classificar diretamente. Fizemos um bom torneio, mas infelizmente não conseguimos vencer o Alianza Lima e o clássico, que são dois torneios à parte”.