Com cinco vitórias consecutivas no Apertura, mais o empurrão por ter goleado entre semana o Bucaramanga pela Copa Libertadores, Racing chegava em plenitude anímica e com uma notável melhora futebolística ao primeiro duelo de playoffs do campeonato doméstico, contra Platense. Pelo elenco, momento, história e localidade, a equipe dirigida por Gustavo Costas se encontrava como favorita no Cilindro, onde uma multidão aguardava por outra atuação convincente e a classificação para as quartas de final. No entanto, essas partidas presumivelmente acessíveis são as que mais complicam a Academia, que sofreu um golpe duro: o Calamar, com uma defesa inexpugnável e um cabeceio certeiro de Nicolás Orsini – aos 38 minutos do segundo tempo -, venceu por 1-0 em Avellaneda e comemorou a passagem para a fase dos oito melhores. “Não sei se vamos ter combustível, mas vamos por tudo”, incentivou Gustavo Costas, o técnico do Racing, após a grande goleada (4-0) de seus comandados na Colômbia, na última quarta-feira, pela quarta rodada da zona E da Copa Libertadores, na qual está como líder. Aquela frase do treinador albiceleste ia de acordo com a expectativa prévia de todos os torcedores, que fantasiavam com um duelo de quartas de final contra o River, no Monumental, se a equipe de Marcelo Gallardo vencesse o Barracas Central. Mas o Racing ficou sem combustível para sair de Avellaneda para qualquer outro destino, já que o Platense deu um golpe duro e o tirou do Apertura. O Calamar mostrou sua condição de adversário indesejável: com muita disciplina tática, um enorme desempenho físico e calma para conduzir o plano pensado por Favio Orsi e Sergio Gómez, resistiu ao time da casa desde o início. O ímpeto habitual da Academia foi contido por dois fatores: a própria falta de mobilidade e a organização do adversário. Sem Santiago Sosa, o líbero-meio-campista expulso na última rodada da fase regular contra o Newell’s, e sem Agustín García Basso, por uma lesão muscular, a linha de três zagueiros da equipe da casa foi composta por Marco Di Césare, Nazareno Colombo e Santiago Quirós. Colombo, no centro da última linha, tentava conduzir na saída, mas não encontrava receptores livres, pressionados pelos meio-campistas do Calamar. A eles se somavam Augusto Lotti e Vicente Taborda, com funções defensivas quando sua equipe não tinha a posse da bola. Nesse contexto, não foi por acaso que no início faltou emoção perto das áreas, até que aos 12 minutos ambos tiveram situações importantes: Santiago Solari invadiu a área e tentou conectar com Adrián Martínez, mas a bola ficou para trás do artilheiro. Dessa ação, veio imediatamente a resposta do Calamar, com um cruzamento de Guido Mainero para a cabeçada de Augusto Lotti – ex Racing -, que acertou a trave direita de Gabriel Arias. Com o passar dos minutos, uma tendência se potencializou: o Racing tinha a posse sem capacidade de causar danos, produto do quão estáticos estavam seus meio-campistas, com várias imprecisões e demoras para conduzir a bola, enquanto o Platense apostava em cortar e sair com vários jogadores disparados em direção às áreas de Arias. O visitante tinha menos posse, mas causava mais riscos: um par de bloqueios de Di Césare e outro de Quirós evitaram que as transições do Calamar (uma delas a partir de um escanteio para o Racing) terminassem em gols. O Racing, que também sentiu a falta de Gabriel Rojas pela esquerda (devido a uma inflamação na região dos meniscos do joelho esquerdo), carecia de profundidade e dependia naquele setor das tentativas de Maximiliano Salas, que travava um duelo à parte com Juan Ignacio Saborido, lateral direito do Marrón. Do esforço de Salas surgiu, passada a meia hora de jogo, um escanteio em que Juan Ignacio Nardoni esteve perto de marcar, de cabeça. Salas, que se destacou no final do primeiro tempo e deu outro impulso ao ataque, avançou pela área e chutou com a perna esquerda, exigindo a primeira intervenção importante de Cozzani, que não teria mais trabalho durante toda a noite. No segundo tempo, o Racing saiu mais determinado e fez o Platense recuar, mas continuava sem profundidade. Apesar das entradas de Luciano Vietto e Richard Sánchez, cujo objetivo era proporcionar mais critério e capacidade de dano pelo passe, a equipe de Costas nunca encontrou como vulnerar os comandados pela dupla Orsi-Gómez. Os treinadores da visita mandaram a campo aos 36 minutos Nicolás Orsini, que dois minutos depois seria o protagonista da noite: Mainero enviou um cruzamento da direita, Orsini cabeceou contra Di Césare e venceu Gabriel Arias para o surpreendente 1-0. Foi o golpe definitivo, do qual o Racing não conseguiu mais se recuperar. Agora, o plano de voo aponta a necessidade de se levantar rapidamente e garantir a sua classificação para as oitavas de final da Libertadores. O Apertura já é história para a Academia, e um sorriso completo para o muito bom Platense.
Platense deu o primeiro golpe grande nos playoffs: eliminou um Racing que ficou sem energia.
- Post publicado:12 de maio de 2025
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Alex Barsa
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