Saiu campeão com o Boca, não há nada sobre ele na internet e agora se dedica às finanças: “É um clique que se deve fazer”

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Roberto Colautti se descreve como uma pessoa de “perfil baixo”. Existe pouco material de arquivo na internet sobre ele. Apenas um punhado de vídeos de gols no Boca, Maccabi Haifa e na seleção de Israel aparecem do outro lado da tela ao digitar seu sobrenome. “Fotos de quando jogava futebol? Dessas eu não tenho nada”, esclareceu, de Madrid, sua cidade de residência. O último registro futebolístico de Colautti data do AEK Larnaca, em Chipre, onde jogou em 2015 e se aposentou profissionalmente na metade daquele ano.

Colautti surgiu do Boca e participou de dois títulos: o Torneio de Abertura de 2003 e a Copa Intercontinental de 2003, onde o Boca venceu o Milan. Sob a tutela de Carlos Bianchi, o atacante fez suas primeiras armas no clube de La Ribera. “Cresci no Boca. Levo o Boca no meu DNA. Ao crescer no alojamento, temos treinadores de primeiro nível, com uma carreira destacada, e temos o sonho de estrear na Primeira. Eu tive a sorte de jogar em diferentes estádios em minha carreira, mas nada se compara à La Bombonera”, destacou Colautti.

Sem os minutos necessários para se mostrar, o ex-jogador precisou de uma ajuda necessária para ganhar confiança e partiu para o Lugano, na Suíça. “Foi a primeira vez que saí do país. Não foi a melhor experiência, porque o presidente do Lugano se suicidou em um lago e, a partir daí, investigaram o clube, administraram e decretaram seu rebaixamento para a segunda divisão, somado a um corte no orçamento”, exclamou sobre sua breve estadia na Suíça. Ao retornar ao país, o Boca o cedeu novamente, desta vez ao Banfield, onde Colautti explicou que foi uma experiência “super enriquecedora” e o ajudou a ter regularidade na Primeira Divisão, o que lhe permitiu decolar e estar no radar de outras equipes ao redor do mundo.

O Maccabi Haifa adquiriu os serviços de Roberto Colautti em 2004. Em Israel, um país que poderia parecer distante da rotina argentina, encontrou seu lugar no mundo. O jogador não só relançou sua carreira, como também conheceu Alvit, que hoje é sua esposa. O contato com Alvit exigiu dois intermediários: Patricio, um amigo de Colautti que tinha um café em Israel, e um dicionário físico para se comunicar. Hoje em dia, ele fala, fluentemente, hebraico, inglês e alemão.

Durante os primeiros três anos em Israel, Colautti conseguiu que o Maccabi Haifa comprasse seu passe, naturalizou-se para jogar na seleção daquele país e… fugiu de uma guerra. Ao final de sua carreira, Colautti é o responsável na América do Sul por uma plataforma Fintech chamada Bit2Lend com base em Madrid. Ele se tornou um homem especializado em finanças. Como no futebol, o ex-jogador escalou degraus ao conhecer pessoas que o ajudaram a se envolver em um mundo não relacionado à bola.

Hoje, vivendo em Madrid com sua esposa e quatro filhas, de nacionalidade israelense, Colautti descartou categoricamente sua intervenção nas redes sociais. Ainda assim, a dez anos de sua aposentadoria no Chipre, Colautti é mais um dos muitos jogadores que encontraram um caminho além do mundo do esporte após o término de suas carreiras.

Alex Barsa

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