Miguel Ángel Russo, um piloto na tempestade: um treinador para acalmar as águas do Boca

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O que era um segredo para vocês foi totalmente confirmado nesta segunda-feira à tarde. Miguel Ángel Russo acertou verbalmente sua saída do San Lorenzo e será anunciado entre terça-feira e quarta-feira como o novo treinador do Boca. O técnico de 69 anos, que dirigiu o jogo entre o Ciclón e o Platense no domingo, pelas semifinais do Torneio de Abertura, assumirá seu terceiro ciclo no clube da Ribera, onde foi campeão da América em 2007 e conquistou outros dois títulos entre 2019 e 2021. Após uma breve reunião com Julio Lopardo, vice-presidente do Ciclón, Russo comunicou sua decisão de deixar o cargo e na terça-feira passará pela Cidade Esportiva para se despedir dos jogadores. A parte burocrática ainda precisa ser definida. Em princípio, o Boca pagaria uma pequena indenização pelos seis meses restantes no contrato do treinador, embora também seja possível que Russo consiga rescindir seu contrato em troca de uma dívida. Enquanto isso, no Boca, esperam que ele resolva sua situação o mais rápido possível. O treinamento desta terça-feira estaria a cargo de Silvio Rudman e Roberto Pompei, embora a diretoria não descarte adiar o treino para a tarde para que Russo chegue a tempo de comandar sua primeira sessão. O novo treinador terá três semanas de trabalho antes da estreia no Mundial de Clubes contra o Benfica, em 16 de junho: duas no centro de treinamento e uma em Miami. Boca encontrou em Russo seu melhor comandante para a tempestade. Um técnico experiente, com mais de 1.000 jogos dirigidos, que busca contribuir com seu conhecimento e recuperar uma equipe que se afogou em campo durante grande parte deste ano. Mesmo as pesquisas não sendo favoráveis a ele (nas redes, cerca de 80% dos torcedores se manifestaram contra sua contratação no clube), Juan Román Riquelme apostou em um técnico caseiro, pragmático, conservador, com boa relação com a imprensa, bom comando do vestiário e conhecimento do Mundo Boca. Um treinador que, segundo o presidente, foi o que melhor se adaptou à política esportiva do clube, na qual a diretoria tem voz e voto na escolha de reforços e se reserva o direito de sugerir determinadas decisões futebolísticas. O mais surpreendente é o momento em que Russo retorna ao Boca: perto de completar 70 anos (será o técnico mais velho da história do clube) e em meio a um estado de saúde que requer controle regular. Por esse motivo, em parte, a primeira opção considerada por Riquelme para o banco do Boca foi Gabriel Milito, de 44 anos, mas o ex-defensor do Independiente e da seleção argentina decidiu rejeitar a oferta do Xeneize e continuar sua carreira no futebol mexicano. Após a recusa, Román buscou a situação de Russo no San Lorenzo e decidiu oferecer-lhe o cargo novamente, apesar de ter sido ele mesmo quem o demitiu em 2021. Russo viria com a mesma equipe técnica que o acompanhou no San Lorenzo, com Claudio Úbeda e o colombiano Juvenal Rodríguez como assistentes, Adrián Gerónimo como preparador físico e Juan Carlos Docabo como treinador de goleiros. Paralelamente, o Boca avançou nas últimas horas na rescisão do contrato de Fernando Gago, que deixou o cargo em 29 de abril passado. Embora não concordasse com sua saída em 2021, Russo continuou em contato com Riquelme e esperou mais de uma vez a ligação de Don Torcuato para assumir o time. Miguel esperava por esta oportunidade e, principalmente, a chance de treinar o Boca em um novo Mundial de Clubes. A última participação do clube foi justamente em 2007, com Russo como treinador, quando perdeu por 4 a 2 na final para o Milan de Ancelotti. Será, para Russo e para o Boca, um recomeço, com o desafio de obter um bom desempenho no Mundial e devolver ao clube a paz e parte da grandeza perdida.

Alex Barsa

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