Uma confissão muito dura. A vida o atingiu com força e ele entendeu que era o momento de compartilhar uma parte de sua intimidade. O jogador de futebol colombiano Jorman Campuzano, que está jogando por empréstimo no Atlético Nacional, abriu seu coração sobre um dos episódios mais difíceis de sua carreira. O meio-campista, de 28 anos, que recuperou seu nível de jogo em Medellín, falou sobre sua passagem pelo Boca Juniors e contou que na Argentina viveu um momento muito delicado em um nível pessoal, o que o levou a pensar em parar de jogar futebol profissionalmente.
Campuzano chegou ao Boca Juniors em 2019, quando o clube comprou seu passe do Atlético Nacional por cerca de 4 milhões de dólares. No entanto, sua atuação foi marcada pela irregularidade. Em uma entrevista a um veículo de mídia colombiano, ele compartilhou o sofrimento que marcou sua passagem pelo time argentino: “Eu sempre respeitei o Boca, joguei 150 jogos, então não entendo por que as pessoas dizem que é difícil; são decisões. Eu vivi momentos difíceis, mas não foram por questões futebolísticas; foi quando perdi um filho, algo que vocês não sabem. Então, não queria mais jogar futebol”, confessou.
Durante sua passagem pelo Boca Juniors, Campuzano conquistou cinco títulos, encontrou sua melhor versão com Miguel Ángel Russo como treinador, e foi emprestado em duas ocasiões. O colombiano considerou que as dificuldades em sua carreira não foram no aspecto esportivo, mas sim a nível pessoal: “Não culpemos o Boca, não culpemos o futebol argentino, não me culpem a mim. Às vezes, um jogador tem problemas familiares que o fazem querer desistir de coisas”.
O momento difícil ao qual o colombiano se refere aconteceu em agosto de 2021, durante a gestão de Sebastián Battaglia como treinador. Ele iria ser titular contra o Patronato, mas acabou desistindo de participar da convocação. “Estávamos esperando gêmeos e infelizmente um dos bebês não continuou se desenvolvendo, mas graças a Deus minha esposa e o outro bebê estão bem”, revelou em uma postagem em sua conta do Instagram sobre aquele momento difícil.
Meses depois, ele foi emprestado ao clube turco Giresunspor, uma decisão que, segundo foi divulgado, foi motivada pela necessidade de se afastar enquanto processava seu luto. Depois, teve uma segunda passagem antes de se transferir para o Atlético Nacional. Pelo Boca Juniors, ele jogou 126 partidas e marcou dois gols. “Quando falei com Román (Riquelme), tive várias ofertas do futebol mexicano, do futebol brasileiro… E eu disse ‘acredito que é hora de ir para o Nacional, pois foi lá que minha vida mudou’. Depois do Deportivo Pereira, que me deu a oportunidade, o Nacional mudou minha vida, abriu as portas internacionalmente para mim. Então, estou feliz, estou aproveitando”, contou Campuzano no Blog Verdolaga.
O passe do colombiano ainda pertence ao Boca Juniors, mas ele prefere focar em seu presente e não pensar além disso: “Tenho contrato até metade do ano, não sei o que vai acontecer. Já vivi a coisa mais difícil que é perder um filho. Agora, daqui para frente, é lucro, tenho meus dois filhos, que a cada dia é o trabalho mais difícil, ser o melhor pai”.