Esta é uma das esquinas mais famosas de Buenos Aires: no cruzamento da Santa Fé com a Bullrich, a poucos metros da Avenida del Libertador e bem na fronteira com algumas das áreas mais modernas da cidade, como Palermo Hollywood, avança um projeto de uso misto que será fundamental na integração de todos os “palermos”. Será um epicentro de encontro nesse bairro portenho. O empreendimento de investimento de US$75 milhões está sendo construído em um terreno de 2500 metros quadrados e quase 65 metros de frente na Avenida Santa Fé, no número 4600, perto da rua Godoy Cruz, prometendo apartamentos, um hotel, escritórios e até um polo gastronômico. O projeto, chamado Nómada Palermo, terá 14 andares e mudará a fisionomia do espaço público: as calçadas serão alargadas em até 100%, passando de 6 para 12 metros, o subsolo será intervencionado e o mobiliário urbano será renovado, consolidando assim o processo de transformação que o bairro vem passando. “Está em uma das quadras mais bem conectadas da cidade e em uma área com potencial de crescimento, impulsionado por projetos como o Distrito Arcos e o polo científico. É uma região que mudou radicalmente nos últimos anos, e acreditamos que esta obra contribuirá para consolidá-la ainda mais”, analisa Alex Sakkal, um dos diretores do Grupo Nómada, a empresa responsável pelo desenvolvimento que até então havia se concentrado em prédios de escritórios. O grupo comprou o primeiro lote em um leilão da Agência de Administração de Bens do Estado (AABE) em 2019, pagando pouco mais de US$6 milhões. Em seguida, os desenvolvedores iniciaram negociações quase cirúrgicas que duraram quase dois anos para adquirir outros três lotes adjacentes, essenciais para poder erguer um empreendimento dessa magnitude. Serão 183 unidades residenciais com um a quatro quartos, 154 unidades de apart-hotel, 2000 metros quadrados de escritórios, 700 metros quadrados de estabelecimentos gastronômicos, um estacionamento comercial com serviço de aluguel de carros e até o primeiro edifício Wellness x Megatlon do país, integrando uma proposta que funde bem-estar físico, mental e comunitário com spa e uma academia operada pela rede. Além de mais de 1600 metros quadrados de amenidades pensadas para o bem-estar, que incluem desde um terraço verde de 800 metros quadrados, piscina infinita, salão de eventos, coworking, salões gourmet e espaços recreativos para crianças. “A presença de um hotel no projeto elevará a experiência diária dos moradores. Projetamos acessos totalmente independentes para residências, hotel e escritórios, garantindo uma convivência harmônica entre os diferentes usos”, explica Sakkal. As plantas corporativas ocuparão os três primeiros andares do empreendimento, enquanto o hotel – com o qual os desenvolvedores permanecerão – representam metade dos metros quadrados. “Não se trata apenas de ter áreas comuns, mas também de oferecer serviços”, acrescenta o desenvolvedor. Em relação ao polo gastronômico, embora ainda não possam divulgar as marcas, será composto por três estabelecimentos de 750 metros quadrados que serão um ponto de encontro e estarão totalmente integrados com o hotel. Além disso, haverá conectividade total: foi fechada uma parceria com a IPLAN, que garantirá internet simétrica de alta velocidade em todo o prédio e projetos de inovação sob medida para o empreendimento. A aliança não é casual, Pablo Saubidet, outro dos cofundadores do Nómada, é presidente e fundador da empresa de telecomunicações IPLAN. Também funcionará no empreendimento um supermercado sem caixas humanos, que estará aberto 24 horas, os moradores terão um sistema de aluguel de carros disponível durante o dia, aluguel de bicicletas e estações de carregamento para veículos elétricos. “Acreditamos que os projetos devem facilitar a vida das pessoas, por isso propomos um ecossistema de serviços cotidianos como limpeza sob demanda, passeadores de animais de estimação e atividades de bem-estar, sob um modelo de pagamento por uso. Tudo isso poderá ser pago por meio de um aplicativo”, detalham os desenvolvedores, que insistem que em seu modelo de negócios, o vínculo real com os compradores começa quando eles se mudam, que costuma ser o momento em que termina para a maioria dos desenvolvedores. Em relação aos números, o valor do metro quadrado parte de US$3800, com studios – existem apenas 20 – desde US$177.000. “Num cenário conservador, são propriedades que vão se valorizar pelo menos 30%”, antecipa Neumann, que ressalta que foi “uma decisão inteira” não apostar em studios, unidades que geralmente são vendidas mais rapidamente devido aos preços mais baixos. “O potencial parte de um bairro como Palermo, que é o epicentro cultural de uma das cidades mais importantes e ricas do mundo nessa disciplina”, analisa Pablo Saubidet, outro dos sócios do desenvolvedor. Os desenvolvedores afirmam que a maior parte da obra já está financiada e os materiais estão armazenados. Entre outros motivos, em 2019 o grupo vendeu 70% de uma torre corporativa que construiu no Distrito Tecnológico. “Nossa solidez nos permite oferecer alternativas de financiamento de até 120 parcelas em pesos ou em dólares. Também somos o primeiro empreendimento em Buenos Aires cujas unidades podem ser adquiridas por meio de troca de grãos e até em criptomoedas”, relata Sakkal, do grupo que já desenvolveu mais de 45.000 metros quadrados na Argentina e Espanha, em projetos residenciais, hoteleiros, comerciais e corporativos. É também o criador do Tesla Patricios II, edifício icônico do Distrito Tecnológico, onde empresas como Mercado Livre, Nokia, Huawei e ICBC se instalaram. Eles também possuem um terreno no Parque da Inovação, no antigo Tiro Federal. A obra, iniciada há mais de um ano, tem previsão de término para o primeiro semestre de 2028. “Queremos que a obra seja construída rapidamente e não estamos ligados ao financiamento nem às vendas”, destaca Neumann. Um dado que mostra o potencial do mercado imobiliário argentino é o interesse de estrangeiros. “Compraram americanos, indianos e venezuelanos, todos optaram pelas unidades maiores de quatro quartos e preços em torno de US$650.000”, conclui Sakkal, que também revelou interesse da comunidade chinesa.
A esquina de Buenos Aires que promete se tornar o epicentro de encontro de todos os Palermo
- Post publicado:8 de abril de 2025
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Alex Barsa
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