A terceira derrota consecutiva e a antepenúltima posição do Necaxa no torneio de abertura do México exacerbaram o clima adverso que vem se formando contra Fernando Gago. O começo da crônica do jornal El Heraldo sobre a derrota por 1-0 para Pachuca reflete o momento pelo qual passa o técnico argentino: “Em Aguascalientes, já não gritam gols. A torcida do Necaxa desgasta a garganta com o ‘Fora Gago!'”. Em outro trecho da nota, se lê: “O técnico Fernando Gago não consegue frear a queda livre e a torcida já está irritada. E como não estaria, se apenas venceram nove dos 36 pontos disputados e poderiam terminar a rodada na penúltima posição”. Gago assumiu no início de julho e, em 15 jogos, acumula nove derrotas, três vitórias e três empates. A imprensa mexicana já especula sobre sua continuidade. “Embora seriamente não se tenha pensado na demissão, uma coisa é verdade: o trabalho de Gago não está agradando”, relata o site esportivo Mediotiempo. Os jogadores do Necaxa saem abatidos após a derrota para o Pachuca. Na coletiva de imprensa após a derrota para o Pachuca, Gago assumiu a responsabilidade pelo momento: “Sou o responsável, cem por cento. Os jogadores dão o máximo. Vejo o grupo bem, assim como a semana de trabalho. Os erros têm nos custado gols, precisamos continuar trabalhando e ser fortes mentalmente”. Sobre sua estabilidade no cargo, não tem dúvidas: “Tenho apoio, falo constantemente com a diretoria”. A maior irritação de Gago foi com alguns jornalistas durante os oito minutos de sua entrevista. Ele se surpreendeu quando perguntaram sobre o momento em que começou “a cair no Boca”. O treinador interrompeu: “Como assim? Como a cair?”. O repórter continuou dizendo que sua saída foi devido aos maus resultados, ao que Gago respondeu imediatamente: “Setenta por cento dos pontos. Sim, perdi um clássico”. O desentendimento continuou e Gago se manteve firme em sua posição: “Setenta por cento dos pontos. Estou te dizendo que tivemos um percentual de 70 por cento. Há uma estatística, não estou mentindo. Perdi para o River, perdi para o River, perdi para o River… 70 por cento dos pontos”. Na realidade, a eficácia de Gago como treinador do Boca foi de 63 por cento em 30 partidas, com 17 vitórias, seis empates e sete derrotas (44 gols marcados e 23 sofridos). Seu ciclo acabou em 27 de abril, após a derrota para o River por 2-1 no Monumental. Durante a semana, o Conselho de Futebol presidido por Juan Román Riquelme comunicou sua demissão. Sua gestão estava muito enfraquecida no final de fevereiro após a eliminação para o Alianza Lima, o que deixou o Boca sem competições continentais, fora das Copas Libertadores e Sul-Americana. Gago acredita que o desempenho do Necaxa é melhor do que os resultados indicam. Isso o levou a mais um embate picante com os jornalistas: “É muito fácil falar sobre o resultado. Ao longo da minha carreira, devo ter jogado em 60, 70 torneios, ganhei 17; ou seja, sou um fracassado, não sirvo. Me lesionei cinco vezes, haha, sempre se lesiona. Mas não perceberam naquele momento que eu retornei cinco vezes das lesões”. Em sua argumentação, Gago defendeu a ideia de que quem vence nem sempre é o melhor. Ele argumentou que o Necaxa criou quatro chances claras de gol no primeiro tempo e não soube aproveitá-las. “Isso não foi bom?”, perguntou a um jornalista, que respondeu: “Não foi ruim, mas também não foi extraordinário”. Foi quando Gago perdeu a paciência, se levantou e se retirou: “Boa noite pessoal”. Das últimas três derrotas de Gago, duas foram contra equipes dirigidas por argentinos: o Atlas de Diego Cocca venceu por 3-2 e o Chivas de Gabriel Milito por 3-1. No Necaxa, ele tem os argentinos Ezequiel Unsain, Tomás Jacob, Agustín Palavecino e Tomás Baladoni. Gago teve a oportunidade de retornar ao futebol mexicano após sua saída conturbada do Chivas. Após negar por vários dias que estava em negociações com o Boca, ele de repente se desvinculou para assumir no clube onde se formou como jogador.
“A Fernando Gago não vai bem no Necaxa e se defendeu com seu (inflado) percentual no Boca”
- Post publicado:5 de outubro de 2025
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Alex Barsa
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