É o primeiro monumento patriótico, construído por um pedreiro paraguaio com adobe e é totalmente desconhecido: permanece escondido no lugar menos esperado. Dentro de outro monumento. O pequeno pedestal, como um marco de barro que endureceu como rocha, foi reverenciado pelos criollos de Maio, símbolo da revolução de 1810 que libertou a Cidade da metrópole espanhola. Mas a pequena pirâmide de barro seco ao sol, após algumas décadas, desapareceu para sempre. Quando não tinha passado um ano da Revolução de Maio, o mesmo Cabildo que destituiu o vice-rei Baltasar Hidalgo de Cisneros decidiu homenagear os patriotas revolucionários com a construção da primeira Pirâmide de Maio. Era abril de 1811 e faltava um mês para o primeiro aniversário da Revolução, então era preciso agir rapidamente. Foi um pedreiro, uma espécie de oficial de construção com conhecimentos de mestre de obras, que começou a erguer a Pirâmide, que na verdade era um pequeno obelisco. O construtor chamava-se Pedro Vicente Cañete e cumpriu seu trabalho rapidamente, utilizando os materiais da época para as construções mais fortes: argila, areia, palha e água, ou seja, adobe. E o Cabildo pediu ao pedreiro de origem paraguaia Cañete que a peça fosse sólida e que as inscrições se referissem apenas às glórias de 1810. E assim foi: o adobe seco ao sol endureceu como pedra. Não há muitos registros de como era a primitiva Pirâmide de Maio de adobe e também não restaram fotos, pois não existiam na época. Mas há uma litografia de César Bacle de la Recova, de 1835, e pelo que se vê é muito semelhante à Pirâmide atual, mas menor. Aquele monólito de barro ainda está de pé e permanece intacto. Mas em outro lugar e fora da vista de todos. E as mudanças no monumento aos patriotas de Maio continuaram, pois em 1912 a Pirâmide foi movida para o centro da praça, sua localização atual. Como manda a Lei 6826. O “traslado” da Pirâmide de Maio se tornou um espetáculo massivo. Foi um trabalho de engenharia cinética inédito no país: foram montados trilhos para que, com um carrinho, o monólito pudesse percorrer lentamente cerca de 63 metros, mais alguns centímetros, em direção ao rio, onde o novo monumento que nunca foi feito seria instalado. A Pirâmide tem uma estátua da liberdade, escudos de províncias e outras representações. O trabalho de Preservação de Monumentos é mantido em um hospital de monumentos, na praça da vitória.