A cidade de Buenos Aires foi fundada pela segunda vez em 11 de junho de 1580 por Juan de Garay. Embora tenha sido batizada como Santísima Trinidad, foi o nome de seu porto, Santa María de los Buenos Ayres, que prevaleceu ao longo do tempo. Garay desenhou uma planta urbana em formato de tabuleiro e dividiu-a em 144 quarteirões delimitados pela ribanceira do rio a leste, Viamonte ao norte, Independencia ao sul e Salta/Libertad ao oeste. Posteriormente, distribuiu terras como recompensa aos habitantes e conquistadores, permitindo-lhes plantar e criar animais.

Os solares urbanos ocupavam um quarto do quarteirão e abrigavam residências e edifícios públicos. No entanto, devido à falta de colonos, muitos quarteirões permaneceram sem edificações. O excesso era comum, e o Cabildo proibiu a construção sem medição prévia. O ejido, que cercava a cidade, era um campo de uso comum para agricultura, coleta de lenha e criação de animais.

Além disso, havia lotes destinados ao cultivo de frutas e verduras, bem como estâncias para a agricultura e criação de gado em larga escala. A cidade cresceu lentamente ao longo dos anos, expandindo-se em direção ao sul devido à proximidade do porto. Após se tornar a capital do Vice-Reinado do Rio da Prata em 1776, Buenos Aires passou por um grande desenvolvimento, intensificado após a independência em 1816.

A cidade se expandiu sobre o ejido, incorporando terras onde surgiram núcleos urbanos periféricos que acabaram integrando a malha urbana. O desenvolvimento dos bairros foi impulsionado pelo surgimento do trem e da rede de bondes, pela federalização de Buenos Aires em 1880, pelo planejamento e ampliação de novas ruas, pela imigração em massa e pelo trabalho eficaz dos desenvolvedores imobiliários.

Os bairros foram oficialmente designados e delimitados ao longo dos anos, homenageando personalidades históricas ou características locais. A história de cada bairro, sua origem e transformação ao longo do tempo, contribuem para construir a identidade única da cidade de Buenos Aires.