Em setembro de 2024, o governo da cidade anunciou um projeto para renovar a frota da linha B de metrôs, através da compra de 174 carros, ou seja, 29 composições. A licitação – que foi adiada pelo menos quatro vezes – foi finalmente aberta em janeiro deste ano e teve como objetivo uma atualização que resolvesse ao mesmo tempo o problema do amianto, um material cancerígeno presente nessas composições. De fato, no final de 2024, os metroviários exigiram às autoridades que acelerassem a licitação para adquirir novos trens como parte do plano abrangente de descontaminação em que estão trabalhando há alguns anos. A Subterráneos de Buenos Aires SE (Sbase), empresa da cidade responsável pela administração da rede, informou agora que a licitação já foi adjudicada e que a primeira composição entrará em serviço no primeiro trimestre de 2027. Por enquanto, estes são os únicos prazos confirmados pela empresa, de forma que não se sabe quando as obras de infraestrutura complementares começarão. A primeira composição com novos carros estará operacional no primeiro trimestre de 2027. A empresa selecionada foi a CRRC Changchun Railway Vehicles Co. Ltd, da China, que atende aos “requisitos técnicos” e é “economicamente mais favorável que as outras ofertas”. O investimento será de US$ 301.592.592, com fundos da cidade e uma avaliação paralela para obtenção de um crédito da Corporação Andina de Fomento (CAF). As novas unidades, afirmaram em comunicado, substituirão os carros Mitsubishi, com uma idade média de 60 anos, e os CAF 6000, com mais de 20 anos. “Ao padronizar o material rodante na linha, a operação, o serviço e os processos de manutenção serão melhorados”, acrescentaram. De acordo com os dados da Sbase, a linha B é a que transporta mais passageiros, com uma média de 180.000 usuários por dia entre as estações de Leandro N. Alem, no centro da cidade, e Juan Manuel de Rosas, no bairro de Villa Urquiza. Para acompanhar a renovação da frota, entre os próximos trabalhos de infraestrutura planejados, a potência será aumentada de 600 para 1500 volts, “o que significará a incorporação de tecnologia mais moderna, eficiente e sustentável”. Além disso, as vias e seus aparelhos serão renovados. Fontes da Sbase explicaram, em contato com a imprensa, que essa mudança de potência é necessária para acompanhar a modernização e permitirá tanto reduzir a temperatura no túnel como o consumo elétrico, além de aumentar a eficiência e melhorar o desempenho da operação. Para isso, alguns dos trabalhos que terão que ser realizados – e que em algum momento afetarão o serviço – incluirão a remoção do terceiro trilho, que fornece o sistema de alimentação elétrica dos Mitsubishi. A cidade adjudicou a licitação para a compra de 174 carros e a renovação da linha B de metrôs. Os novos vagões terão ar condicionado, câmeras de segurança, um sistema de informação visual e auditivo para os passageiros, iluminação LED antivandalismo, assentos longitudinais e um sistema de sinalização “como o instalado nas linhas D e H, com melhores condições de segurança”. Este último é baseado em sistemas de controle e proteção, que atribuem rotas e informam a posição dos trens para evitar colisões. Embora no momento apenas essas melhorias estejam previstas (aumento de potência, de vias e de aparelhos), a empresa estatal informou que os novos carros estarão preparados para funcionar com um sistema de sinalização CBTC, “que é a tecnologia mais moderna em operação”. Este é o Controle de Trens Baseado em Comunicações, que já está em operação nas linhas C, H e D; esta última o incorporou no início do ano passado. O CBTC funciona através da comunicação entre trens. Isso permite a maior proximidade possível com segurança para reduzir o intervalo ao mínimo e, consequentemente, aumentar a frequência dos serviços: é uma ferramenta que determina com precisão a localização dos trens e controla a velocidade máxima de circulação permitida para que, se for excedida, a marcha possa ser interrompida. Neste sentido, de acordo com os dados da própria Sbase, a frequência atual da linha B é, em média, de quatro minutos nos horários de pico. “O objetivo é oferecer um intervalo de cerca de três minutos”, afirmaram. O CBTC poderia ajudar a alcançar esse objetivo, embora no caso da linha D, ainda não se perceba uma mudança substancial na frequência. “Estamos dando um passo histórico para melhorar a vida dos moradores e de todas as pessoas que visitam nossa cidade, pois poderão viajar mais confortavelmente e com segurança, em trens modernos. Juntamente com a compra de 40 carros para as linhas A e C, representa o maior investimento em material rodante dos últimos dez anos e faz parte de um processo abrangente para construir uma cidade melhor conectada e mais eficiente”, afirmou Jorge Macri, prefeito da cidade, sobre o assunto.