O chamado para eleições imparciais na Venezuela deixou Alberto Fernández fora da lista de observadores internacionais. Em um extenso comunicado publicado em suas redes sociais, o ex-presidente da Argentina (2019-2023) lamentou que o Governo de Nicolás Maduro tenha expressado sua vontade de que ele não viajasse para cumprir a tarefa designada pelo Conselho Nacional Eleitoral. Segundo Fernández, a razão apresentada foi que suas declarações públicas causaram desconforto e geraram dúvidas sobre sua imparcialidade. Em uma entrevista anterior, o ex-presidente peronista havia dito que o perdedor das eleições deveria aceitar o resultado.

O Governo venezuelano entendeu que a coincidência com as declarações do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, poderia desestabilizar o processo eleitoral. Fernández defendeu-se dizendo que estava apenas enfatizando a importância de aceitar o veredicto popular em uma democracia. Ele expressou sua vontade de que as eleições na Venezuela ocorram de forma transparente e que o resultado seja respeitado, independentemente do vencedor.

Tanto Lula da Silva quanto Fernández, aliados antigos da Venezuela, agora fazem alertas públicos a Maduro devido à deterioração das relações. Fernández considerou a solicitação de Caracas para não viajar como observador como uma demanda insólita, mas cumpriu a decisão para evitar mal-entendidos. Ele lamentou não poder desempenhar integralmente sua função e expressou seu desejo de que as eleições na Venezuela sejam realizadas de forma transparente e democrática.