A Associação de Futebol Argentino confirmou que no próximo sábado o Boca Juniors e o Talleres jogarão em Mendoza pelas oitavas de final da Copa Argentina, o presidente do clube cordobês explodiu de raiva. Andrés Fassi protestou quase em cadeia nacional, pois a decisão privará tanto a sua equipe quanto a equipe xeneize de contar com vários jogadores convocados para as seleções na data FIFA. Por esta razão, haviam solicitado que a partida pelo torneio federal fosse disputada no dia 18, já com os internacionais de volta. Mas a AFA não os ouviu. “Há mais de três semanas estávamos pedindo à AFA para jogar a partida com o Boca, já que o Talleres e o Boca não têm competições internacionais. Havia seis datas disponíveis. Não fomos ouvidos. Não importou para eles”, disse Fassi em uma entrevista para a Rádio Splendid. E ele viu isso como uma espécie de vingança por parte da entidade presidida por Claudio “Chiqui” Tapia. “É um castigo pessoal, porque penso diferente das ideias do futebol argentino. Ou daqueles que administram o futebol argentino. O que o Talleres tem a ver com isso? Merece respeito. O que minha opinião importa?”, questionou-se.
Fassi também refletiu: “Quando você está diante dessas grandes instituições, o peso das decisões passa muito mais por elas do que por… Isso não é equidade esportiva. A raiva, definitivamente, é por defender o direito e o respeito que o Talleres merece”, começou. E continuou: “O Boca tem desfalques? O Talleres tem 9 jogadores lesionados ou convocados, mas o Boca tem três equipes. Assim como o River, também tem. Cerca de 30 jogadores de alto nível. Para nós é mais difícil formar equipes com equidade esportiva. Eu pergunto: por que precisamos jogar na data FIFA quando há outras cinco datas disponíveis? Mesmo para a seriedade do torneio. O Talleres foi finalista duas vezes. Levamos o torneio muito a sério. Por que não jogar com todos os titulares? Só estou defendendo a gestão do Talleres, o futebol argentino, o que o futebol argentino deveria ser. E não é. Infelizmente, tomam decisões contra o Talleres, onde o Talleres não tem nada a ver”, argumentou Fassi, irritado.
A posição do presidente do Talleres sobre a entrada de capitais privados no futebol argentino, contrária ao modelo de gestão que Tapia representa, pode ter sido a causa dessa “vingança” por parte da AFA. Fassi também falou sobre isso: “Isso vem antes de falar sobre as Sociedades Anônimas Desportivas. Há outros problemas mais urgentes para tratar do que o tema das SAD”, afirmou.
Andrés Merlos será o árbitro da partida entre Talleres e Boca pelas oitavas de final da Copa Argentina. Não é a primeira vez que Fassi critica publicamente a “falta de respeito” de que seu clube é alvo por parte da AFA. Antes do jogo contra o Estudiantes de La Plata, no fim de semana passado, ele protestou porque ainda não havia sido programada a partida contra o Boca na Copa Argentina – que foi anunciada nesta terça-feira – nem a da Supercopa Internacional que o time cordobês deve disputar contra o River. “O Talleres é uma instituição histórica que merece todo o respeito do mundo. Estão desrespeitando o Talleres. Este não é um problema do Andrés Fassi. Não é uma questão contra o Andrés Fassi. Definitivamente, não vamos permitir. É completamente injusto. Se há algo que devemos cuidar é a equidade esportiva. E que todos possam competir em condições iguais. Isso não está acontecendo e tomara objetivamente que atendam ao que o Talleres solicitou”. Para aumentar ainda mais a irritação dos dirigentes cordobeses, a AFA designou Andrés Merlos para a partida da Copa Argentina, um árbitro duramente criticado pelo próprio Fassi após algumas atuações. No total, o árbitro internacional apitou 18 partidas da equipe, com nove derrotas e nove vitórias. A torcida do Talleres se lembra do confronto entre o dirigente e seu filho Juan Pablo com o árbitro após a expulsão de Juan Carlos Portillo em um jogo contra o Vélez em março do ano passado. Depois do incidente, o filho de Fassi foi ao seu X (ex Twitter) para desabafar: “Como dói a Tapia e seus comparsas a situação do Talleres, mandem o árbitro que quiserem e continuem tentando nos derrubar. Não vão conseguir, o Talleres é muito maior”.
