ARGENTINA Amplia Sua Política de Identidade a Crianças Roubadas Fora do Contexto da Ditadura

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Lourdes e sua mãe biológica, Nélida Soria, se emocionam ao se reencontrarem na província de Entre Ríos. Após quatro décadas separadas, elas puderam se reencontrar graças à abertura parcial do Banco Nacional de Dados Genéticos.

A prática de “conseguir uma criança” sempre existiu na sociedade argentina, com o envolvimento de parteiras, cartórios e o silêncio da sociedade. Durante a última ditadura argentina, essa engrenagem foi utilizada para roubar bebês nascidos de militantes políticas torturadas e assassinadas em centros clandestinos de detenção. Mesmo após esse período, o tráfico, a apropriação e a adoção ilegal continuaram acontecendo fora dos quartéis.

O Banco Nacional de Dados Genéticos foi criado em 1987 com o intuito de auxiliar famílias de desaparecidos durante a ditadura a encontrarem seus entes queridos. Ao longo dos anos, o banco conseguiu identificar 130 dos 500 netos procurados pelas Avós da Praça de Maio, mas também teve mais de 12.500 resultados negativos.

Recentemente, o BNDG identificou casos em que as mães das pessoas procuradas estão vivas, não sendo desaparecidas políticas. Essas identificações foram possíveis devido à abertura parcial do banco de DNA para mães que procuram filhos roubados em contextos diferentes do terrorismo de Estado.

Essa abertura possibilitou reencontros de mães e filhos, resolvendo casos que não tinham relação com a ditadura. O BNDG continuará seu trabalho para ajudar na busca pela verdadeira identidade de pessoas que ainda procuram por suas origens.

Alex Barsa

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