Argentina disputa contra Canadá a vaga na final da Copa América e Messi busca superar o tempo – NEP

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Se a lista de defensores que Lionel Messi driblou, evitou e voltou a passar ao longo de duas décadas é interminável, desde Asier del Horno em 2006, Jerome Boateng em 2015 e Josko Gardiol em 2022, o argentino número 10 começou a enfrentar, aos 37 anos, o marcador mais implacável: o tempo. Sempre mágico e a apenas dois jogos de poder voltar a ser campeão com a Albiceleste, Messi agora desafia um combo tão desconhecido quanto inevitável, o da idade, lesões e um físico que no último ano se acostumou à MLS, uma liga fora da alta competição.

Após um jogo difícil contra o Equador, no qual Messi teve pouca intervenção no jogo, a Argentina e seu capitão enfrentarão nesta terça-feira o surpreendente Canadá, em Nova Jersey, pelas semifinais da Copa América Estados Unidos 2024, um torneio que também não ajuda. Os campos de jogo com gramado natural ou sintético em magníficos estádios de futebol americano, mas mal adaptados ao futebol, despertaram críticas de vários jogadores e causaram mais de uma lesão.

Embora a Conmebol tenha parecido projetar um cronograma para que Argentina e Brasil chegassem à final – e o Uruguai de Marcelo Bielsa tenha interrompido esse caminho -, na realidade a Copa América se importa muito mais, quase exclusivamente, com tudo que Messi faz ou deixa de fazer, acima até mesmo da seleção campeã mundial. Tornou-se uma celebridade que atrai até mesmo as estrelas de Hollywood, o número 10 do Inter Miami superou a falta de cultura americana no futebol masculino e se tornou uma celebridade fora do esporte. Messi, no entanto, ainda não decolou no torneio. Até agora não marcou gols e, como símbolo de seu começo sem brilho, até perdeu um pênalti na dramática decisão contra o Equador.

Dos quatro jogos da Argentina na Copa, Messi só jogou em plenas condições físicas em um, o da estreia, justamente contra o Canadá, quando teve um bom desempenho e participou das jogadas dos dois gols da Albiceleste. Mas no segundo encontro, contra o Chile – 24 horas depois de completar 37 anos -, o 10 se lesionou na coxa direita na primeira jogada e, embora tenha completado os 90 minutos, ficou claro que estava regulando seu esforço físico para evitar agravar a lesão. Os médicos da seleção tiveram que entrar em campo em Nova Jersey, também sede da partida de hoje – e apontada pelos jogadores da NFL como a mais propensa a lesões – para massageá-lo e aplicar gelo.

Como a Argentina havia vencido os dois primeiros jogos e já estava classificada para as quartas de final, Messi permaneceu no banco contra o Peru, no final da primeira fase. Mas seu retorno contra o Equador, longe de dissipar as dúvidas, as intensificou. Segundo estatísticas registradas desde 2011, foi o jogo na seleção em que Messi teve menos toques na bola: 32. Prejudicado por uma atuação geral pobre da Argentina, o capitão chutou apenas uma vez ao gol e participou do ataque pela primeira vez aos 21 minutos. No entanto, mesmo em doses reduzidas, seu talento é sempre à prova de lesões: o 10 habilitou de maneira magistral Enzo Fernández, que errou na finalização, e cobrou o escanteio que resultou no gol de Lisandro Martínez.

Messi admitiu após o jogo que jogou com “medo psicológico” de se lesionar, e o técnico da seleção, Lionel Scaloni, explicou por que ele ficou os 90 minutos: “Eu perguntava a ele como ele estava e ele dizia que bem. Ele terminou bem, faltando 4 ou 5 minutos perguntamos novamente e ele estava bem, não acredito que tenha problemas”. Com Messi a 50%, ficou claro que se fosse outro jogador, o treinador o teria substituído, mas confiou nas sensações do 10, que se considerava capaz de terminar o jogo.

Nesta segunda-feira, na coletiva de imprensa antes do jogo contra o Canadá, Scaloni foi perguntado novamente sobre o estado físico de Messi, a quem confirmou como titular: “Leo está bem, treinou bem e estará no jogo. É fundamental para nós. 99 por cento das vezes ele está pronto para jogar e nunca aconteceu de ele não estar pronto para jogar. É uma decisão muito fácil porque é uma conversa muito franca: ‘Você está pronto para jogar?’ ‘Sim, estou em condições.’ Se ele me diz que está pronto, quem teria dúvidas de colocá-lo? Sou responsável por isso. Sou eu quem decide e quando o vejo em condições de jogar, mesmo sem estar a 100%, ele jogará”.

Também como defensora do título após sua vitória no Brasil em 2021, a Argentina começou com solidez sua passagem pelos Estados Unidos com três vitórias seguidas, 2-0 sobre o Canadá, 1-0 sobre o Chile e 2-0 sobre o Peru, mas deu um passo atrás contra o Equador, quando se classificou graças ao seu herói nos pênaltis, o “Dibu” Emiliano Martínez. Liderado por sua estrela Alphonso Davies, do Bayern de Munique, o Canadá participa do melhor torneio de sua história e ficou como o único representante da Concacaf. Silenciosamente eliminou três seleções da Conmebol, Chile e Peru na fase de grupos e Venezuela nas quartas de final, nos pênaltis. A outra semifinal será disputada na quarta-feira entre Colômbia e Uruguai, com atuações magníficas até agora, à espera da final no domingo, em Miami, a nova sede do argentino número 10.

Como tudo o que Messi faz é importante, até mesmo qualquer projeção, especulação ou exagero, alguns começaram a lamentar o quão distante ainda está a Copa do Mundo de 2026, também nos Estados Unidos, quando o gênio terá 39 anos. Mas, como Messi mesmo disse, essa decisão será tomada dia a dia. Por enquanto, nesta terça-feira contra o Canadá, será disputado o passaporte para uma nova final. Messi agora também quer vencer o tempo.

Alex Barsa

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