Um estudo realizado pela Universidade de Buenos Aires revelou que a discriminação na Argentina está diretamente ligada às crenças políticas dos cidadãos. Segundo a pesquisa, 45,2% das pessoas que se sentiram discriminadas foram excluídas por conta de sua ideologia. A maioria dos casos afetou as mulheres e ocorreu principalmente nas redes sociais e no espaço público.
O estudo contou com a participação de 1.747 pessoas de todo o país e revelou que 35% dos consultados afirmaram ter experimentado algum tipo de discriminação no último ano. Os pesquisadores destacaram que muitos atos discriminatórios estão naturalizados e não são percebidos e condenados como tal.
Além da ideologia política, outros motivos de discriminação citados foram a idade, a condição física ou mental, o gênero, a religião, a cor da pele, a orientação sexual e a etnia. As redes sociais e a internet foram apontadas como os principais locais onde ocorreram esses atos de discriminação.
A pesquisa também mostrou que pessoas que vivem em assentamentos populares, em situação de pobreza e indígenas são os grupos mais discriminados. Os preconceitos se voltam especialmente contra imigrantes latino-americanos, pessoas com deficiência mental, mulheres, obesos, idosos e homossexuais. Surpreendentemente, os homens apresentaram maiores níveis de preconceito em relação a quase todos os grupos considerados na pesquisa.
Diante desse cenário, a polarização política parece ter se tornado o principal eixo em torno do qual a discriminação na Argentina gira, mostrando como a sociedade enfrenta desafios complexos relacionados às suas crenças e posicionamentos políticos.