Boca novamente venceu o Belgrano em Córdoba após dez anos. Naquele 26 de julho de 2015, Fernando Gago aproveitou um rebote na pequena área e definiu com a perna esquerda, consolidando a equipe na liderança do campeonato de 30 clubes. Uma década depois, a participação de Kevin Zenón no resultado veio do banco de reservas: o treinador apostou nele e ele apareceu nos momentos de adversidade para encaminar a vitória azul e ouro em Córdoba e classificar o time para as oitavas de final do Apertura.
Após a derrota para o Newell’s e a vitória sem brilho sobre o Barracas Central, o Boca precisava mostrar outra imagem como visitante. Precisava encontrar seu jogo novamente e vencer um jogo difícil, desses que definem rumos. Nessa busca, a equipe deu um pequeno passo à frente. De dominada, passou a dominar, teve destaque em quase todas as linhas e mostrou uma atitude diferente dos últimos jogos fora de casa. Não brilhou, é verdade, e não teve destaques individuais, mas soube aproveitar seus momentos no jogo e venceu um adversário complicado que não perdia em casa há 60 dias.
Boca saiu rapidamente da letargia inicial, ajustou a marcação no meio-campo e, com inteligência e ordem tática, impôs suas condições no jogo. De trás para a frente, recuperou a solidez defensiva e marcou gols pelo oitavo jogo consecutivo.
É verdade que o Belgrano jogou com um time remendado, mas o Boca venceu o jogo não apenas nas áreas. Gago desfez o tridente ofensivo que havia decepcionado no último jogo e devolveu a confiança a Kevin Zenón para reorganizar a equipe no esquema preferido.
Apesar do começo difícil, com baixa efetividade nos passes e erros defensivos, o Boca mostrou seus dentes em sua primeira chegada ao gol e atemorizou um adversário que pareceu respeitá-lo demais. Uma melhor noite de Edinson Cavani teria resolvido o jogo muito antes. O capitão participou dos três gols, mas não foi eficaz nas chances criadas.
Boca cresceu no final do primeiro tempo e mostrou sua superioridade no placar. Afinou a precisão nos passes, juntou jogadas no campo adversário e tentou se impor, sem deixar espaços na defesa. Zenón justificou sua titularidade com belas jogadas, Palacios contribuiu com clareza e Giménez fez o trabalho sujo para Cavani brilhar.
Enquanto o Belgrano comemorava o empate, o Boca acelerou novamente e deu o golpe final no adversário, com uma grande jogada de Cavani e um forte chute de Zenón. O Boca fez o dever de casa em Córdoba e cumpriu o primeiro objetivo da temporada. Agora, o próximo desafio é o clássico contra o River. Boca voltou a pensar grande.