Às portas dos jogos mais importantes do ano, Racing enfrentou a visita ao Huracán com micro desafios que também podem potencializar o objetivo macro de buscar a glória. Para vários dos jogadores escolhidos por Gustavo Costas no Ducó, onde escalou uma equipe com a maioria de jogadores reservas habituais, ter um alto desempenho implicaria a esperança de se destacar mais alto na consideração para os três duelos que marcarão o termômetro do semestre: a revanche com o Vélez, pelas quartas de final da Copa Libertadores; o clássico contra o Independiente, pelo Clausura; e a partida contra o River – em 2 de outubro – para decidir a vaga nas semifinais da Copa Argentina.
Antes de vencer o Vélez em Liniers e potencializar o desejo de entrar entre os quatro melhores da Libertadores depois de 28 anos, a Academia quebrou o hiato a nível doméstico ao vencer o San Lorenzo, clássico que representou um ponto de virada no gol, devido à entrada de Facundo Cambeses como titular no lugar de Gabriel Arias. Tanto naquele dia com menos exigência quanto no primeiro jogo da Libertadores contra o Vélez, onde teve duas defesas importantes, o ex-Banfield causou uma boa impressão.
Para confirmar essas sensações positivas, o goleiro do Racing teve intervenções brilhantes contra o Huracán (onde também jogou), respondendo com reflexos e velocidade de pernas diante de situações muito propícias para o Globo, além de sair com sucesso para cortar alguns cruzamentos para sua área. Sem Arias, ausente devido a uma faringite (que inicialmente poderia entrar na equipe de rotação), o novo goleiro titular deu razão à decisão sensata tomada por Costas este mês.
No entanto, o fato de a figura de Cambeses ter se destacado acima dos outros também expõe os problemas que a equipe reserva do Racing teve para se defender no Parque Patricios. Além dos méritos do Huracán, cujos torcedores mudaram do canto “mova-se, Globo, mova-se” para encorajar a reação da equipe, o Racing abriu o placar aos 22 minutos com um forte chute de Duván Vergara de fora da área. Esse gol foi originado de um lateral a favor do time da casa, no qual Tomás Guidara errou ao jogar para dentro e a bola foi interceptada por Agustín García Basso e encontrou o colombiano. Isso mudou o tom da partida.
O Huracán começou a circular a bola com mais velocidade e verticalidade, focando seus esforços nas costas de Santiago Quirós, o jovem que perdeu espaço na consideração da comissão técnica e sofreu com cada avanço de Juan Bisanz. O ex-atacante do Banfield, assistido por Leonardo Sequeira na zona crítica da defesa da Academia, enfrentou Cambeses e por pouco não marcou em um contra-ataque. O goleiro fez uma defesa fenomenal antes do fim do primeiro tempo e iniciou um contra-ataque que Luciano Vietto não conseguiu finalizar, com um chute que subiu às alturas.
No segundo tempo, o Racing praticamente não entrou na área de Hernán Galíndez, testemunhando como Cambeses aumentou suas intervenções, incluindo uma defesa com as pernas para impedir que um cabeceio de Alanís resultasse em gol. A Academia mudou da linha de quatro defensores para uma de cinco, mas seus problemas continuaram. Marco Di Césare, apesar de algumas tentativas, manteve seu nível baixo em relação ao ano passado. Quirós não se destacou até ser substituído por Franco Pardo no final do jogo.
O melhor do Huracán – Racing
Bruno Zuculini começou forte e foi diminuindo, visivelmente cansado, assim como o estreante Alan Forneris, que mostrou critério para distribuir a bola, mas depois saiu esgotado. E no quesito de aproveitar ou perder chances para o futuro, foi surpreendente o desempenho fraco de Gastón Martirena, que errou constantemente com a bola. Vergara, apesar do gol, oscilou entre bons momentos e decisões equivocadas, enquanto Balboa teve uma noite para esquecer.
O Huracán teve posse de bola e domínio territorial, mas a cada minuto que passava, jogava contra sua clareza e, também, contra a paciência dos torcedores: no final, eles xingaram a equipe. A condenação das arquibancadas foi maior nos acréscimos, quando Matías Zaracho – em bom momento, como contra o Vélez – marcou o 2-0 após aproveitar o rebote de um chute à queima-roupa de Galíndez em Torres. O Racing saiu com muito mais do que esperava e, em alguns momentos, sofreu no jogo, mas conquistou sua terceira vitória consecutiva (mantendo o gol invicto) e elevou o espírito em relação ao seu grande sonho: a Libertadores.
O abraço dos jogadores do Racing contrasta com a tristeza dos jogadores do Huracán.