Um grupo de catequistas e pais impulsionou a iniciativa de decoração de Natal em Capioví.
“A iniciativa surgiu há 16 anos graças ao grupo de catequese da paróquia São Luís Gonzaga”, afirma Carolina Ramos, diretora de Turismo e Cultura de Capioví. “No primeiro ano, os pais e os catequistas decoraram a igreja com enfeites cada vez mais bonitos. Empolgados, no ano seguinte a decoração foi ainda maior, mais vistosa e abrangia outros espaços da cidade”, acrescenta a diretora de turismo desta localidade da província de Misiones, que está sobre a RN 12, entre Posadas e Puerto Iguazú.
Pouco a pouco, Capioví foi ganhando fama de ser “a cidade mais natalina da Argentina”. A cada dezembro atraía visitantes de localidades vizinhas, como Ruiz de Montoya e Puerto Rico. “Inicialmente era um evento pequeno e popular, mas logo exigiu a intervenção do município, que desde então contribui com pessoal e recursos. Atualmente, o evento é totalmente organizado pela prefeitura”, destaca Carolina Ramos.
“O grupo de trabalho é composto por coordenadores e uma equipe de montagem e eletricidade, que são funcionários municipais. Além disso, há cerca de vinte voluntários – geralmente pessoas mais velhas – que participam por amor à cidade. Com suas mãos enrugadas cortam as garrafas, moldam e montam os enfeites. Eles fazem parte de um grupo organizado e muito bonito, liderado por Úrsula Kleiner e Martita Werle, que se capacitaram em Gramado, Brasil e se tornaram especialistas nesse tipo de decoração”, destaca a diretora de Turismo. “Como estamos comprometidos com o meio ambiente, os enfeites são feitos com material reciclado: garrafas, sacos de leite em pó, tampinhas, argolas de tambores de água, por exemplo”, acrescenta Carolina. E detalha que, até o Natal, é possível visitar o Papai Noel em sua casa, que fica na Praça dos Pioneiros, para entregar a carta com os pedidos.
A decoração é montada em novembro e retirada no final de janeiro.
“A decoração de Natal é montada todos os anos em novembro e fica exposta até o final de janeiro, quando é retirada, lavada e guardada com muito cuidado em oficinas e galpões preparados para esse fim”, comenta Carolina Ramos. Embora destaque que, nesta cidade de 8.000 habitantes, não só se celebra o Natal, mas também há festa durante todo o ano. De fevereiro a julho é realizada a Páscoa em Capioví, e durante o inverno é realizada a Festa do Turismo Rural, que valoriza os produtores rurais da região.
A paróquia São Luís Gonzaga foi o local onde a proposta nasceu.
“Este ano, na noite de abertura da festa de Natal, 5.000 pessoas se reuniram ao redor da árvore, na praça, e foi montada uma feira gastronômica. Acendemos a árvore, que estava cheia de borboletas-monarcas como uma metáfora de renascimento e renovação”, conta Carolina. No entanto, ela lamenta que no dia 1° de dezembro a árvore, que tinha 14 metros de altura e era feita com mais de 15.000 garrafas, pegou fogo e desapareceu em segundos. “O incidente foi causado por um curto-circuito. A árvore era feita de material muito inflamável… Não conseguimos fazer nada”, destaca Carolina, mas comemora que a cidade já está trabalhando em uma nova árvore que estará pronta para a véspera de Natal.