A imagem de Santiago Sosa com o rosto inchado, o olho direito totalmente fechado e sangue na boca foi tão impactante quanto sua entrega durante toda a semifinal da Copa Libertadores contra o Flamengo, no Maracanã. O líbero-meia do Racing, um dos jogadores mais inteligentes do elenco comandado por Gustavo Costas, permaneceu em campo mesmo depois do golpe de Marcos Rojo que provocou uma fratura na maxila superior direita.
“O que aconteceu com Sosa! Se o veem, pensam que foi para a guerra, com um olho fechado, roxo, com o nariz aberto”, tinha destacado o treinador da Academia minutos depois da derrota por 1-0 no Rio de Janeiro, quando ainda não sabia que um de seus pilares teria que ser levado para uma clínica e ficar em observação devido à lesão que acabara de sofrer.
Já é uma dificuldade grande vencer um elenco tão rico em opções e contratos caros como o do Flamengo, cujo valor de mercado (€195.000.000 de euros) é superado apenas pelo do Palmeiras (€225.000.000) na América do Sul, fazê-lo sem Sosa se apresenta como um desafio monumental. Após retornar à Argentina na quinta-feira e descansar na sexta-feira, a equipe albiceleste treina neste sábado com um mesmo sonho: reverter a série e chegar na final da Libertadores.
Sosa, que será avaliado por um cirurgião maxilofacial para determinar quando e como será operado e se recuperará, será o grande ausente na partida de volta, na quarta-feira às 21h30, em Avellaneda. Para esse jogo, Costas terá uma tarefa dupla: substituir o ex-jogador do Atlanta United e lidar com os problemas físicos de vários jogadores.
“Tínhamos muitos problemas de lesões e jogadores que não estavam a cem por cento. Tínhamos mais da metade da equipe assim. Meus olhos ficam cheios de lágrimas ao vê-los no vestiário. Como torcedor, me sinto refletido nessa equipe”, resumiu Costas sobre as circunstâncias em que diferentes protagonistas chegaram ao Maracanã.
Luciano Vietto, autor do gol da vitória do Racing sobre o Aldosivi em Avellaneda, poderá ser titular contra o Flamengo. Gabriel Rojas, que voltou duas semanas após uma lesão, jogou 60 minutos no Brasil e “foi destaque”, segundo elogiou o treinador. Juan Nardoni, que entrou em campo após uma lesão contra o Vélez, também está sendo recuperado para a partida de volta. Com os problemas físicos de Franco Pardo, outro motor do meio-campo durante todo o ciclo Costas, Bruno Zuculini se destacou também contra o Flamengo.
Racing terá que decidir como reorganizar a parte defensiva, pois o poder do Flamengo é uma ameaça contínua durante todo o jogo. Além disso, terá o desafio de marcar contra o líder poderoso do Brasileirão. A torcida de Racing, com mais de 50.000 hinchas, esgotou os ingressos antes da ida e todos esperam realizar a canção com a qual a equipe foi aplaudida no Maracanã: “Na cancha de Racing vamos ganhar/ Na cancha de Racing vamos ganhar/ Y la vuelta… Y la vuelta vamo’ a dar”.
