Com críticas às “chicanas” de Bullrich, o governo portenho anunciou investimentos em segurança

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O governo da cidade de Buenos Aires anunciou investimentos em segurança e indenizações às famílias de policiais assassinados. O chefe da cidade, Jorge Macri, adiantou isso em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira e disse que “nunca antes a cidade destinou tantos recursos para a segurança”. Por sua vez, o ministro da pasta, Waldo Wolff, criticou as críticas de sua colega da Nação, Patricia Bullrich, e falou das “provocações” no meio das discussões sobre o controle da insegurança e a recente fuga de presos no bairro de Caballito.

“Estamos avançando em outra de nossas prioridades, que é a segurança de todos os portenhos. Trabalhamos com muita determinação para ser a cidade mais ordenada e segura da região. Queremos que haja ordem e que os portenhos se sintam seguros. Nossa política de segurança integral se sustenta, primeiro, por uma grande decisão política e de toda a equipe de governo; e segundo, com forças de segurança profissionais bem equipadas e com a vocação de proteger o mais valioso que temos, a vida dos portenhos”, introduziu Jorge Macri.

Nesse contexto, foram anunciados investimentos em veículos para a força policial, câmeras de segurança e indenizações às famílias de policiais assassinados. “Esta assistência será efetiva, independentemente de estarem ou não usando seus uniformes no momento do abate, porque para nós o que define nossos policiais é sua vocação de serviço e a coragem que têm de arriscar suas vidas”, expressou o chefe de governo da cidade.

Sobre o investimento econômico em segurança, Macri indicou que essa área abrange “16,2% do orçamento”. “Nunca antes a cidade destinou tantos recursos para a segurança. Fizemos muito, mas dobramos a aposta com um investimento histórico para este ano de mais de $85.000 milhões para continuarmos melhorando nosso sistema integral de segurança, com mais veículos, equipamentos, câmeras e obras”, acrescentou. Esses investimentos em segurança acontecem depois que o Executivo da cidade decidiu implementar uma “readequação na estrutura” de sua administração, o que implicou na redução do nível da Subsecretaria da Mulher para uma Direção Geral. Perto de Macri, foi indicado que isso geraria uma economia de $13.319 milhões, “dinheiro que é usado para ter mais segurança, melhor saúde e mais educação”.

Por outro lado, Macri anunciou a incorporação de 120 caminhonetes, 40 motos, 40 quadriciclos e veículos de deslocamento como caminhões ou micro-ônibus. Além disso, serão adicionadas mais armas de baixa letalidade, com 100 novos tasers. Enquanto isso, os bombeiros serão equipados com 350 novos trajes. Em relação às câmeras de segurança, conforme revelado pelo chefe de governo, serão incorporadas 1000 às 15.000 já existentes, com nova tecnologia, como a inteligência artificial e a gravação de perseguições.

Por fim, em relação aos investimentos, o governo da cidade anunciou obras em delegacias e prefeituras. “Vamos concluir a Comissaria Comunal N°7 [Flores] e destinamos mais de $10.000 milhões para ampliar e melhorar as instalações das dependências policiais. Além disso, reiniciamos as obras do presídio de Marcos Paz para desafogar nossas delegacias e prefeituras, e em consequência tomamos a decisão de não avançar com a construção da Prefeitura Central em Villa Soldati, algo que causou muita preocupação aos moradores do bairro. Agora que temos a opção da construção e o acordo com o governo nacional para a transferência desse sistema e a construção da obra em Marcos Paz, damos como suspensa a obra da prefeitura em Soldati”, disse Macri.

Em meio à tensão com o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, o chefe de governo apontou a administração da província pelos últimos episódios de insegurança no subúrbio. “Temos a taxa de homicídios mais baixa em 10 anos. Convivemos e lutamos em uma fronteira com uma província descontrolada que é terra de ninguém, exceto pelo esforço de alguns prefeitos, e a cidade é a fronteira para esse crime. O kirchnerismo acredita que o criminoso é a vítima, por isso os liberta, aqui na cidade, o crime não é gratuito”, insistiu.

Em outro trecho da coletiva, falou Waldo Wolff, acompanhado pela porta-voz da cidade, Laura Alonso. Durante a rodada de perguntas, o ministro da Segurança foi questionado sobre a última fuga de presos que ocorreu no domingo no bairro de Caballito. Naquele dia, Wolff denunciou “negligência ou cumplicidade” por parte dos responsáveis pela custódia dos detidos, motivo pelo qual dois policiais foram colocados à disposição da Justiça.

“Não podemos acusar um policial sem o devido processo, mas podemos analisar sua atuação. Houve sérias negligências e descumprimento do protocolo, por isso os dois foram afastados de ambientes de trabalho específicos e colocados à disposição da Justiça. Apoiamos todos os policiais no cumprimento do dever”, afirmou Wolff.

Foi nesse momento que criticou as “provocações” de sua colega nacional, Patricia Bullrich, pela fuga de presos e pelo controle da insegurança, em meio às tensões políticas entre Pro e La Libertad Avanza em ano eleitoral. “Na cidade temos 87 posições onde se cuidam de presos, eles fazem um trabalho titânico, porque não só lidam com os presos, mas também com as provocações de espaços políticos que deveriam estar sentados conosco para que os presos não estejam em uma cidade onde politicamente e judicialmente não cabem”, afirmou.

Em seguida, acrescentou: “Quando tenho que conversar com alguém, faço isso, digo a quem cabe o chapéu. Sou portenho e não quero que haja presos em Caballito porque a lei diz. Gostaria que todos os partidos políticos estivessem sentados ao meu lado, em vez de me provocarem porque os presos escapam em Caballito, ao lado dos moradores de Caballito, para que digam a eles ‘esses presos não correspondem à cidade'”.

Para concluir, sobre sua relação com Bullrich, Wolff afirmou: “O diálogo nunca está cortado. Sou ministro da Segurança, se tenho que falar com Bullrich agora, ontem, amanhã, faço isso. Tenho uma excelente relação, mas quando preciso discutir, eu discuto. A única pessoa da qual recebo ordens é Macri. As equipes falam todos os dias, como deve ser”.

Alex Barsa

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