A caminhada até o Cajón é um dos principais atrativos turísticos da região. Os incêndios na área de El Bolsón são graves desde a semana passada, e o fogo consumiu muitas hectares de floresta. Locais e muitos turistas tiveram que ser evacuados devido ao incêndio que se desencadeou na área de Confluencia, perto de Mallín Ahogado. Os visitantes que estavam nos refúgios de montanha da área do Anprale foram evacuados aos poucos e todos os acessos à área natural protegida foram fechados até novo aviso devido aos incêndios na área e nas áreas circundantes. É lá que se encontra o famoso Cajón del Azul, o destino de trekking preferido dos caminhantes amadores que, a cada temporada, se lançam à montanha para descobri-lo.
A caminhada até o Cajón é um dos principais atrativos turísticos da região. Fomos no outono: os locais dizem que a melhor opção é fazê-lo fora da temporada alta por ser uma época mais tranquila, já que no verão são muitos os que sobem. Isso é constatado logo que se chega à chacra Wharton para iniciar as caminhadas (o ponto de partida a 14 quilômetros de El Bolsón) e onde há enormes estacionamentos que em abril estão pouco ocupados. Também, pelo considerável largura da trilha por onde se caminha – no início compartilha-se mesmo um trecho curto com caminhonetes – e pela quantidade de serviços oferecidos, especialmente no primeiro setor.
Por segurança, é obrigatório se registrar previamente no site do Anprale. Lá também alertam sobre a proibição de fazer fogo dentro da área natural, exceto nas fogueiras habilitadas nos campings e refúgios, e que se deve usar aquecedor a gás ao acampar. Não se deve jogar fósforos nem pontas de cigarros, pois podem causar incêndios.
Como possui uma extensa rede de circuitos de diferentes durações e dificuldades que se conectam entre si, o site também fornece indicações super precisas de distâncias, desvios e tempos de caminhada média de cada um. Também seu nível de dificuldade, seja médio, alto ou extremo. O Troncal é o que leva ao Cajón del Azul, e é descrito como de dificuldade média: requer um esforço físico para realizá-lo, o terreno é fácil de percorrer e sem muitos obstáculos, mas apresenta declives pronunciados e/ou distâncias intermediárias que demandam o tempo de realização.
A área protegida compreende uma superfície aproximada de 65.000 hectares de floresta andina patagônica. Anprale faz parte do Sistema Provincial de Áreas Naturais Protegidas de Río Negro, e compreende uma superfície aproximada de 65.000 hectares de floresta andina patagônica. Estende-se desde o vale do Rio Manso ao norte até o limite com a província de Chubut ao sul, e desde o Rio Azul ao leste até a fronteira com o Chile a oeste. Os circuitos de trekking adentram vales e montanhas e atravessam florestas de lenga, coihue, ñires e ciprestes.
Ao trilho se ingressa pelo acesso conhecido como la Confluencia. A partir dali são cerca de 9 quilômetros de caminhada até o cajón. A expectativa é viver a caminhada com tranquilidade, embora com esforço, já que vamos e voltamos no mesmo dia e os dias são curtos. No outono, a hora máxima para iniciar o retorno são as quatro da tarde para caminhar com luz. Há quem faça o trilho a cavalo ou de bicicleta.
Embora outra passarela que atravessa o rio conduza dali ao Refúgio Cajón del Azul, a maior parte dos caminhantes fica nos espetaculares poços de água. O caminho está delicadamente forrado de mini folhas de coihue. Após duas horas e meia de caminhada, chega-se ao primeiro refúgio (La Playita), situado na margem sul do rio Azul. De lá tem-se acesso a vários poços de água verde-azulada e a uma prainha de pedras usada como balneário. Se continuar pelo circuito troncal, cerca de 30 minutos depois, uma passarela atravessa o Rio Azul até o refúgio La Tronconada, que fica dentro de uma densa floresta de coihues ao pé do flanco do Cerro Dedo Gordo. A esse refúgio chega-se por uma espetacular passarela suspensa que atravessa o Rio Azul e onde há um aviso de que só devem subir se for para o refúgio, não para tirar foto, por favor.
Aos poços de cor turquesa do Azul – tão instagrameáveis – e que costumam ser o objetivo do trekking, chega-se após um trecho de meia hora a mais. Embora outra passarela que atravessa o rio conduza dali ao Refúgio Cajón del Azul, a maior parte dos caminhantes fica nos espetaculares poços de água. Poucos sabem que os poços não são o cajón propriamente dito.
Do lindos poços sai um trilho que, após o refúgio, leva ao verdadeiro cajón e à nascente do rio, um dos atrativos mais icônicos da região. São apenas vinte minutos a mais e é o lugar onde o rio está encaixado: a fenda ou falha da rocha pode ser vista de uma altura que dá vertigem pela presença de precipícios. “A maioria das pessoas chega aos poços, que estranhamente chamam de cajón”, explicam no refúgio. E perdem o verdadeiro encaixamento, um cânion de poucos metros de largura e 40 de profundidade. A poucos minutos do refúgio, também é possível percorrer o trecho do rio onde começa o encaixamento, conhecido como a nascente do Cajón del Azul.
Diversas organizações e pessoas da comunidade da Comarca Andina estão trabalhando incansavelmente para enfrentar os incêndios, seja arrecadando fundos para comprar insumos e assistir os afetados, ou ajudando na contenção dos focos ativos de fogo. Abaixo, uma lista das contas confiáveis onde é possível colaborar:IG: @amigosdelapatagoniaAlias: amigos.patagoniaAlias de MP: circuitoverdebariIG: circuito_verdeIG: @ccantuquillenAlias: antuquillenDe acordo com os critérios de