Diego Milito assumiu nesta quinta-feira como novo presidente do Racing, após ter vencido as eleições no domingo com 60% dos votos. Do centro esportivo do clube, acompanhado pelo ex-ministro da Economia Hernán Lacunza (vice-presidente) e Martín Ferré (vice-presidente segundo), o “Príncipe” propôs aos torcedores, sócios, jogadores e comissão técnica um “salto de qualidade” e levar o clube sediado em Avellaneda “ao mais alto”.
“O domingo passado, nossos torcedores e sócios nos deram… nos escolheram e nos deram essa bela oportunidade de liderar. Estou muito feliz. Nesta assembleia aqui não há maiorias, não há minorias. Aqui há racinguismo e assim deve ser”, disse Milito no início de seu discurso. “A partir de hoje, começa uma nova fase onde eu preciso de todos vocês”, enfatizou depois, diante do olhar atento de Lacunza e Ferré, e com os aplausos dos torcedores ao fundo.
“Queremos construir um clube de portas abertas, um clube que escuta o sócio, onde todos se sintam parte. Todos vocês têm essa bela responsabilidade de realizá-lo”, confiou aos fãs. “Por último, estou muito convencido de que a partir de hoje começa uma grande mudança em nosso clube. Juntos, devemos dar esse salto de qualidade e levar o Racing ao mais alto. E conto com vocês, com cada um de vocês”, acrescentou.
E completou: “Vou defender o Racing sempre, como fiz em campo em cada partida. Disso não tenham dúvidas. Darei tudo por esta camisa, por este clube”. Após o discurso do ídolo da Academia, a torcida do clube saudou o novo presidente com o grito “Milito, te saúda a Guarda Imperial”.
Desde as 8 da manhã até as 18 horas do domingo, milhares de sócios de todo o país se reuniram no poliesportivo Jorge Camba para escolher entre duas opções de peso. De um lado, o oficialismo de Víctor Blanco, o presidente com mais anos no cargo (12) e mais títulos conquistados (6). Do outro, Milito, o ídolo que foi campeão em 2001 e 2014, homenageado pelos torcedores em 2016 com uma rua que leva seu nome e cuja candidatura foi uma surpresa.
O clima foi favorável e os sócios do Racing participaram de uma das eleições mais importantes das últimas décadas. Em 2014, votaram 9.849 sócios de um total de cerca de 20.000 habilitados. Em 2017, 7.411 de aproximadamente 25.000. Em 2000, com a quarentena já flexibilizada, 6.758 de 33.000 aptos a votar. Desta vez, compareceram mais de 16.000 pessoas de uma base próxima a 38.000. Um dia histórico em termos de participantes.
Blanco e Milito trabalharam juntos entre 2017 e 2020: um como presidente, o outro como gerente. Mas não se entenderam. Apesar dos campeonatos (Superliga e Troféu dos Campeões 2019), as diferenças foram irreconciliáveis. Desde então, o empresário de 78 anos e o ex-atacante de 45 seguiram caminhos distintos. Milito renunciou um mês antes das eleições de 2020. Blanco foi reeleito e continuou conquistando sucessos: Troféu dos Campeões e Supercopa Internacional 2022 e Copa Sul-Americana 2024, com uma solidez econômica invejável que nem sempre se refletiu em obras e benefícios para os sócios.